Desde ontem os trens tornaram-se uma boa opção para quem quiser acompanhar o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, no domingo, em Interlagos, sem se aborrecer com o trânsito engarrafado e a falta de vagas para estacionar. Com a inauguração da Estação Autódromo, ontem à tarde, as composições da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) param a muito perto do local da corrida.
Melhor ainda: de qualquer região da Grande São Paulo é possível fazer a viagem rodando sobre trilhos. Alguns trajetos, no entanto, são mais complicados e é aconselhável informar-se minuciosamente sobre o sistema integrado entre Metrô e CPTM.
A linha C, que agora se chama Esmeralda, é a primeira da CPTM a operar no conceito de Metrô de superfície, que irá tornar-se, até 2010, o padrão de mais da metade das vias férreas da empresa. A construção da Estação Autódromo ocorreu junto com as obras de melhoria da estação vizinha de Jurubatuba, ambas inseridas no Plano de Expansão da Secretaria de Transportes Metropolitanos, que irá investir R$ 16 bilhões no setor até o final da década.
A previsão da CPTM é que já ocorra movimento intenso de passageiros amanhã e sábado, quando ocorrem os treinos classificatórios. O ponto culminante será no domingo, quando os motores irão roncar em Interlagos para apontar o campeão da temporada e o mundo todo estará de olhos voltados para a pista de Interlagos. Ponto final – A nova estação será, por enquanto, o ponto terminal da Linha Esmeralda, que começa em Osasco e percorre 8,5 quilômetros, a maioria ao longo do Rio Pinheiros. Futuramente, a CPTM irá entregar à população mais duas paradas à frente (Interlagos e Grajaú), quando estará concluída a linha, que contará com 18 paradas. O governador do Estado José Serra, presente na inauguração, assegurou que as outras duas estações serão entregues à população nos primeiros meses do ano que vem.
A previsão da CPTM é receber inicialmente 5 mil usuários/dia na nova estação e aumentar o número gradativamente com a inauguração das outras duas. Atualmente, são transportados diariamente, em média, 130 mil pessoas.
Quando o novo trecho estiver funcionando, a empresa estima receber 70 mil novos passageiros por dia, subindo a média total para 200 mil. Para atender a essa demanda, a linha contará com 12 novos trens, já encomendados. A previsão é que o intervalo entre as composições seja reduzido para 5 minutos, nos horários de maior movimento.
O projeto das três estações prevê todos os itens de facilitação de acesso a passageiros, em conformidade com a legislação federal e instruções da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Haverá rampa, elevador, escada rolante, corrimão, piso tátil (para orientar deficientes visuais) e sanitário unifamiliar destinado a pessoas com deficiência. A de Jurubatuba já oferece esses recursos.
No entorno da Autódromo, a prefeitura prepara obras e esquemas para receber o aumento de tráfego, o que inclui linhas de ônibus e vans que transportarão passageiros de diversos pontos até a nova estação. O complexo viário de Jurubatuba conta com a duplicação da Avenida Matias Beck, em acordo com a prefeitura e a CPTM, que cedeu parte da faixa patrimonial para a obra. Além do transporte aos moradores, as estações da CPTM costumam levar desenvolvimento urbano aos bairros, formação de novos centros comerciais e valorização imobiliária.
Boxes, cockpit, bandeirada…
O Autódromo de Interlagos foi inaugurado em 12 de maio de 1940, com o 3º Grande Prêmio Cidade de São Paulo e prova de motocicletas. Com cerca de 15 mil espectadores, a corrida de automóveis foi vencida pelo piloto Nascimento Júnior, num Alfa Romeo 3.500, seguido por Chico Landi, de Maseratti 3.000. A primeira corrida internacional ocorreu em 1947.
A pista foi fechada em 1967 para reformas e voltou a funcionar em 1970, passando por novas intervenções em 1971, com o objetivo de receber a Fórmula 1, o que ocorreu em 1973. Cinco anos depois, a prova foi transferida para o Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1989. Nesse período, Interlagos sediou corridas das Fórmulas Ford, Super Vê, VW e outras. Em 1985, o circuito foi batizado com o nome de José Carlos Pace, em homenagem ao piloto, morto em 1977.
No final de 1989, o local passou por outra reforma e recebeu novos boxes, torre de controle e redução da extensão da pista para 4.325 metros. Voltou então a receber o Grande Prêmio de Fórmula 1 em 23 de março de 1990.
Serviço
Mais informações e mapas nos sites www.cptm.sp.gov.br e www.metro.sp.gov.br.
Disque CPTM: 0800-0550121
Otávio Nunes, da Agência Imprensa Oficial
(C.C.)
