Nova técnica orienta microcristais em chapas de aços eletromagnéticos e reduz consumo energético
Motores de enceradeiras, liqüidificadores e geladeiras, entre outros eletrodomésticos, vão ganhar mais eficiência e economia. O IPT vai apresentar resultados de uma nova técnica de análise da microestrutura
dos aços silício e carbono, conhecidos como aços eletromagnéticos pela sua capacidade de se magnetizar mediante a passagem de uma corrente elétrica. Desta forma eles convertem eletricidade em movimento que
aciona motores. Será na próxima Quarta-feira, dia dia 29 de novembro, no ‘3o Workshop Avanços da Tecnologia de Aços para Fins Eletromagnéticos’, das 8h30 às 16h00 no auditório Cid Vínio do prédio 36 do IPT, na Cidade
Universitária, zona oeste da capital.
Segundo o coordenador do workshop, pesquisador Fernando Landgraf, da Divisão de Metalurgia do IPT, a nova técnica deverá revolucionar o desenvolvimento desses materiais. ‘Trata-se do controle de orientação
espacial dos cristais dentro das chapas de aço, que permitirá a redução da energia gasta na sua magnetização’, explica Landgraf.
O evento que reunirá representantes de empresas que produzem, processam e consomem aços cuja principal característica é o comportamento magnético. Hoje, as siderúrgicas brasileiras produzem 300.000 toneladas
anuais desses materiais. Quase 30% é exportado dentro de motores elétricos, compressores de geladeira, transformadores, entre outros itens. Mais de 30 milhões de motores elétricos são produzidos anualmente no Brasil.
Em 1998 o IPT organizou o primeiro evento dessa natureza, com o objetivo de prestar contas à comunidade, apresentando os resultados de pesquisa produzidos nos seus laboratórios. ‘Este evento está se tornando um
encontro anual da comunidade empresarial interessada no avanço desses materiais, com apresentações das principais siderúrgicas e fabricantes de motores’, diz Landgraf. O workshop é um espaço para a discussão das
prioridades de pesquisa e desenvolvimento que levem ao aumento da competitividade brasileira na corrida tecnológica internacional dessa cadeia produtiva, com repercussões na conservação de energia: melhores
aços fazem motores elétricos mais eficientes, consumindo menos energia. Por isso este ano serão realizadas palestras de representantes do governo federal sobre os novos fundos setoriais de financiamento, que enfatizam as parcerias entre as empresas e as instituições de pesquisa. A organização de um convênio de pesquisa cooperativa será discutida.
