Taiaçupeba terá produção ampliada em 50% num prazo de 2 anos

É a 1ª da Sabesp na modalidade PPP; irá abastecer a ZL da capital, Suzano, Ferraz, Itaquá, Arujá, Poá, Mogi, Guarulhos, Mauá e Santo André

dom, 01/03/2009 - 16h52 | Do Portal do Governo

A estação de tratamento de água (ETA) Taiaçupeba, da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), em Suzano, terá sua produção aumentada em 50% em dois anos, superando os atuais 10 metros cúbicos por segundo para 15 metros cúbicos. Quando estiver pronta, será a segunda maior da empresa e irá responder por 15% da água consumida na Região Metropolitana de São Paulo.

Hoje é a terceira, superada pelas ETAs Guaraú (Sistema Cantareira), com 33 metros cúbicos por segundo, e pela Alto da Boa Vista (Guarapiranga), que trata 14 metros cúbicos por segundo, ambas na capital. Outra novidade: a obra é a primeira da Sabesp feita na modalidade Parceria Pública e Privada (PPP).

A estação irá abastecer a zona leste da capital, Suzano, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Arujá, Poá, Mogi das Cruzes, Guarulhos, Mauá e Santo André. Nestas quatro últimas cidades, a água não é distribuída pela Sabesp, mas por concessionárias locais que compram o produto tratado em Taiaçupeba. Consórcio – O superintendente da Unidade de Negócios de Produção de Água Metropolitana da Sabesp, Hélio Luiz Castro, informa que a ETA de Suzano foi escolhida para expansão por ser a que mais tinha volume de água sobrando, disponível para tratamento. “As represas que fornecem água para a estação de Suzano são capazes de armazenar 15 metros cúbicos por segundo, os quais serão todos tratados no futuro, após a ampliação”, assegura.

A ETA Taiaçupeba é responsável pelo tratamento da água proveniente do Sistema Alto Tietê. Hélio Castro conta que todo este manancial é formado por cinco represas que armazenam água do Tietê e de seus afluentes locais, como os rios Jundiaí, Biritiba, Paraitinga e Taiaçupeba, onde está a estação, em Suzano. A ligação entre as represas e as lagoas de tratamento de Taiaçupeba é feita através de canais e dutos.

A obra, iniciada em meados de fevereiro, será tocada pelo consórcio CabSpat, formado pela Galvão Engenharia e Companhia Águas do Brasil (Cab Ambiental). O pool de empresas irá investir R$ 300 milhões nos dois primeiros anos de contrato na ampliação de Taiaçupeba e, também, na construção de 17,7 quilômetros de adutoras (canalização) de 400 a 1,8 mil milímetros de diâmetros e quatro reservatórios para armazenar 70 milhões de litros de água tratada, no processo de disposição final do lodo dos decantadores, na manutenção eletromecânica, na barragem e ainda nos serviços auxiliares de adução e entrega da água. O contrato tem validade de 15 anos.  

Nos dois primeiros anos de contrato, a parceira receberá da Sabesp valor contratual sobre 10 metros cúbicos por segundo de água tratada. Após a conclusão da obra, prevista para fevereiro de 2011, o pagamento será calculado com base no novo volume de tratamento em Taiaçupeba, de 15 metros cúbicos por segundo. O consórcio CabSpat venceu a licitação PPP/Sabesp por ter apresentado o menor valor para a água tratada.

O processo licitatório, iniciado há dois anos, envolveu quatro consórcios de empresas. Na primeira fase, técnicos da Sabesp verificaram a capacidade técnica de cada participante, sendo um deles desclassificado. Na segunda etapa, no primeiro semestre do ano passado, os três restantes apresentaram seus projetos e o custo do metro cúbico de água tratada na estação.

O contrato com o consórcio vencedor foi assinado em junho de 2008. De lá até o início da obra, a CabSpat negociou a liberação dos R$ 300 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), órgão de fomento do governo federal.

Vantagens

O engenheiro Hélio Castro aponta as vantagens da modalidade PPP. Ele diz que a Sabesp não precisará arrumar verba para o empreendimento, ganhará experiência para participar de obras em outros países ou Estados brasileiros, dentro do novo modelo de parceria, e o consórcio trará novidades tecnológicas para o setor de tratamento de água. “Além disso, se a Sabesp tocasse sozinha a ampliação de Taiaçupeba pelo modelo tradicional, não conseguiria concluí-la em dois anos, devido aos processos de licitação que seriam realizados no período e que acabariam atrasando a obra. Transtorno que o consórcio não terá, por ser privado”, justifica o superintendente.

Além do Alto Tietê, Guarapiranga e Cantareira, a Sabesp possui estações de tratamento de água nos sistemas Alto e Baixo Cotia (nesta cidade), Ribeirão da Estiva (Rio Grande da Serra), Rio Claro (Salesópolis) e Rio Grande (São Bernardo do Campo). A empresa atua no tratamento e distribuição de água em 368 cidades, mais da metade das que compõem o Estado de São Paulo.  

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Otávio Nunes

Da Agência Imprensa Oficial

C.M.