Superintendência da Polícia Técnico-Científica completa dez anos

Desde a criação, proposta era tornar a Polícia Científica paulista uma das melhores da América Latina

seg, 11/02/2008 - 13h24 | Do Portal do Governo

A Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC) de São Paulo foi criada, em 9 de fevereiro de 1998, como uma unidade orçamentária – assim como a Delegacia Geral da Polícia Civil e o Comando da Polícia Militar – para ser a gerenciadora do IC (Instituto de Criminalística) e do IML (Instituto Médico Legal). A finalidade principal era modernizar os núcleos e agilizar procedimentos utilizando novas tecnologias. Coordenador da SPTC desde a sua criação, o perito criminal Celso Perioli ressalta que “a proposta era tornar a Polícia Científica paulista uma das melhores da América Latina”. Depois de dez anos, Perioli orgulha-se de comandar uma estrutura com 3.600 profissionais, que só em 2007 realizou mais de um milhão de atendimentos. “Hoje a Polícia Científica de São Paulo é uma das maiores do mundo e, com certeza, a maior do Brasil, no sentido de estrutura, demanda e recursos humanos”.

“Avançamos muito nesses últimos cinco anos e os investimentos e adequações que estão sendo feitos estão elevando bastante o nível da Polícia Científica”, afirma Perioli. Nesse período, a SPTC investiu na modernização e construção de novas unidades, em prédios mais espaçosos e com melhores condições de trabalho para os profissionais. “Já temos 12 prédios no interior com unidades do IC e do IML juntas. Esse é um conceito que está sendo aplicado no mundo inteiro, é muito importante que o perito e o médico estejam no mesmo local, trabalhando em parceria”, complementa.

Embora o IC e IML sejam bem mais antigos, a administração da Superintendência começou praticamente do zero, após o decreto do governador Mário Covas. “Tivemos que adequar o que já tínhamos de acordo com os termos do decreto, criamos unidades, fechamos algumas. Em seguida foi editada uma resolução definindo os locais onde seriam os núcleos, as equipes, na capital, Grande São Paulo, interior, e a partir daí estruturar essa máquina”, conta o coordenador. Antes, apesar da existência dos dois institutos, não havia um órgão que uniformizasse os trabalhos e os aproximasse como hoje ocorre com a Polícia Científica.

Evolução

“Temos promovido cursos de atualização, a própria Acadepol tem feito isso. No ano passado alguns peritos nossos fizeram curso sobre identificação de voz, nós temos uma integração com outros Estados, intercâmbio entre todos os institutos”, comenta Perioli. De acordo com ele, o pessoal que tem entrado nos últimos concursos também já vem com uma qualificação muito boa, muitos deles com mestrado e doutorado. “Para o concurso que foi recentemente autorizado pelo governador, teremos 325 vagas para todas as carreiras na Polícia Científica”.

Perioli também destacou a popularidade de seriados televisivos como o CSI, que ajudaram a divulgar o trabalho pericial e, indiretamente, contribuíram com a modernização. “Várias empresas investiram em tecnologia de perícia forense, então você tem um barateamento de equipamentos e uma melhor tecnologia ao seu dispor”, diz o coordenador. Os principais e mais modernos equipamentos ficam localizados nos núcleos do IC e são considerados as meninas dos olhos da Polícia Científica. “Nós temos um aparelho caríssimo, um cromatógrafo líquido, adquirido recentemente, que é extremamente importante. Nós somos a única polícia do mundo que possui ele, e no Brasil é o único existente hoje”, conta.

Grandes casos

Na opinião do coordenador da SPTC, os maiores casos atendidos ocorreram nos últimos dois anos. O primeiro, nos atentados de maio de 2006, com exames necroscópicos, identificação de corpos. “Nós tivemos auditorias do Ministério Público Federal, do CRM, demonstrando a total transparência nos exames que eram realizados”, afirma.

No começo de 2007, veio o acidente do metrô. “Nós ficamos lá praticamente dez dias vivendo no motorhome dos bombeiros. Minha equipe ficou lá direto para, na medida em que as pessoas eram encontradas pelos bombeiros na cratera, já ir lá revisar procedimento”, explica Perioli. Ele conta que até hoje existem peritos trabalhando neste caso, para concluir quais foram as causas do evento.

Mas com certeza, na visão do perito, o episódio de maior magnitude e responsabilidade para a Polícia Científica foi o acidente com o Airbus da TAM, em julho do ano passado. “O caso demonstrou claramente a aplicação do nosso protocolo de massa e foi muito importante porque, se ele é bem aplicado desde o início, você tem aí toda a cadeia seqüente muito bem definida, isso foi bem demonstrado”, comenta Perioli. “Eu fiquei da hora do acidente até praticamente a última identificação e notei um trabalho integrado de todos, sem exceção, do Corpo de Bombeiros, das Polícias Civil, Militar e Técnico-Científica, com o IC e o IML, nos trabalhos de identificação de corpos e de DNA. Nós tivemos o reconhecimento dos familiares e de toda a sociedade sobre o nosso trabalho, e isso mostrou claramente a que veio a Superintendência da Polícia Científica”, afirma.

Planos

Para 2008, novos equipamentos devem chegar, assim como a construção de mais unidades. “Estamos aumentando a nossa Central de Processamento de Dados para que haja uma integração online entre todas as unidades. Também já apresentamos um projeto de novos equipamentos, mais modernos, e iremos construir novos prédios em Jaú, Lins e Penápolis, além de reformar a unidade de Santo André”, afirma Celso Perioli. “A intenção é continuar num ritmo forte, queremos modernizar e ampliar nossos laboratórios para atender cada vez melhor à população”.

De Daniel Cunha, da Secretaria Estadual da Segurança Pública

(C.C.)