Startups apoiadas por iniciativa da Fapesp testam planos de negócios

Ao todo, 21 empresas foram selecionadas no projeto, que promoveu treinamento relativo ao programa de pesquisa inovativa

qui, 09/08/2018 - 14h04 | Do Portal do Governo

Com início na última quinta-feira (2) e promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o 8º Treinamento Pipe (Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas) reuniu as 21 empresas selecionadas no projeto.

Uma das startups é a Genobiomas, da área de biotecnologia, que teve origem em Harvard em 2015, no último ano do pós-doutorado dos cofundadores, os biólogos Alan Trindade Branco e Flávio de Oliveira Francisco, na Escola de Saúde Pública da universidade norte-americana.

Vale destacar que, de acordo com ambos, a principal motivação foi o ambiente de estímulo ao empreendedorismo tecnológico predominante na região de Boston. “É um dos mais importantes polos de biotecnologia em todo o mundo”, destaca Flávio de Oliveira Francisco.

Fundação

Finalizado o período de bolsa do Programa Ciência sem Fronteiras, em 2016, os biólogos retornaram ao Brasil com o objetivo de fundar uma startup para desenvolver um probiótico de consumo animal formado por microrganismos, com capacidade de aumentar a eficiência energética do manejo de suínos e a produção de carne.

“Queremos alterar o microbioma intestinal do animal para que ele ganhe peso e, ao mesmo tempo, consuma um volume menor de ração”, explica Alan Trindade Branco. A ideia virou projeto de pesquisa e aprovado na fase 1 do Pipe, de teste de viabilidade de uma proposta inovadora.

No âmbito do programa, até 18 de setembro, as empresas testarão a consistência dos projetos e planos de negócios em relação às demandas de potenciais clientes. A Genobiomas, por exemplo, verificará o interesse por seu probiótico em um mercado formado por cooperativas e produtores de suínos e ração, entre outros.

De acordo com Flávio Grynszpan, membro da Coordenação da Área de Pesquisa para Inovação da Fapesp e um dos coordenadores do programa, o treinamento está baseado no programa I-Corps, com foco no cliente.

Entrevistas

Organizada em equipe com dois representantes, cada startup participante deve realizar em torno de uma centena de entrevistas com potenciais clientes e usuários, entre outros. “A maioria das empresas muda a visão do negócio”, revela Flávio Grynszpan, com base na experiência de treinamento de 147 empresas que já participaram da iniciativa.

É importante frisar que os integrantes de cada startup são orientados por mentores e comentores indicados pela Fapesp, que são capacitados na metodologia. Com experiência de negócios e conhecimento do mercado, os empresários acompanham os participantes do programa, sem qualquer custo para a Fapesp.

A Genobiomas, por exemplo, tem como mentores Roberto Paranhos, que, entre outras atividades, foi fundador da Associação Brasileira do Agronegócio, e Cesar Pomin, com atuação na indústria alimentícia e farmacêutica.

O Pipe Empreendedor é coordenado por Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-científico da Fapesp, com Flávio Grynszpan, Marcelo Nakagawa e Hélio Marcos Machado Graciosa como adjuntos.