SP terá protocolos de conduta médica para SUS

Inspirado no programa de combate à Aids, Estado vai estabelecer critérios para tratamento de doenças e distribuição de remédios

qui, 18/10/2007 - 13h38 | Do Portal do Governo

Atualizada às 15h19

O governo do Estado de São Paulo iniciou nesta quinta-feira, 18, o mais ousado programa de diretrizes médicas do país. Em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB) e com a Associação Paulista de Medicina (APM), a Secretaria Estadual da Saúde vai criar protocolos clínicos de conduta médica para diversas patologias.

No final da manhã de hoje, Dia do Médico, o governador José Serra assinou um acordo de cooperação técnica entre a AMB, a APM e a Secretaria Estadual da Saúde para elaboração de protocolos e diretrizes terapêuticas do Sistema Único de Saúde (SUS) e treinamento de médicos do SUS em todo o Estado de São Paulo.

“O impacto deste convênio para a população é a qualidade. Protocolos como estes ajudam a preparar, a nivelar por cima as ações da medicina. Um protocolo destes no Hospital das Clínicas nem é necessário, mas quando a gente pensa no conjunto do Estado, ele é muito importante.”, disse o governador na sede da AMB, na Capital, ao lado do Secretário Estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.

O governador observou que a iniciativa vai aprimorar ainda mais a medicina no Estado de São Paulo, “embora ela já seja muito boa”. Para cada doença haverá uma orientação, uma norma a ser seguida. “Aprendi no Ministério da Saúde que isso tem uma importância imensa para a qualidade da medicina”, disse Serra ao lembrar de sua gestão à frente da pasta da saúde no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Doenças como diabetes, hipertensão arterial, hipertensão pulmonar e as patologias psiquiátricas serão os primeiros alvos dos protocolos clínicos. As diretrizes criadas estabelecerão as características de cada doença, os exames necessários para sua detecção e os medicamentos que podem ser utilizados durante o tratamento.

O objetivo dos protocolos é reunir todas as informações sobre cada doença, baseadas em pesquisas e evidências clínicas, e padronizar condutas que auxiliem os médicos na tomada de decisão quanto à prescrição de medicamentos e a realização de exames de diagnóstico. O procedimento é semelhante ao que foi adotado com relação à Aids.

Qualificação

Os protocolos serão enviados a todos os médicos do Estado, da rede pública e privada. Atualmente, São Paulo conta com 92 mil profissionais da área médica atuando em todo o Estado. “Quem está fora da profissão, muitas vezes não domina estes assuntos, mas isso tem uma importância enorme para o desenvolvimento da qualidade do atendimento médico em nosso país”, frisou Serra.

Durante discurso, o governador mostrou preocupação com a qualidade da capacitação de profissionais na área médica. Ele citou a proliferação de cursos de medicina de excelência questionável. “Isso não serve ao nosso país”, disse Serra, pedindo maior ênfase da classe médica na questão. “Há muitas faculdades que nem têm residência pública ou relação com hospital. Essa é uma batalha que tem que ser feita”, disse. Serra observou que uma das possibilidades seria a aplicação de provas aos recém-formados nos mesmos moldes da realizada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

“Estamos dando um importante passo para melhorar ainda mais o diagnóstico e tratamento de doenças no Estado. Tenho certeza de que este sistema servirá de modelo assim como aconteceu com o programa paulista de Aids”, afirma o secretário da saúde.

O termo de cooperação com as entidades prevê ainda a capacitação de médicos que atuem nos Pronto-Socorros para o atendimento de casos de emergência. A partir do próximo ano, esses profissionais receberão treinamento especial para atender casos de trauma ou emergências clínicas, como doenças coronarianas e derrames.

Saiba mais sobre a capacitação de  médicos

 Manoel Schlindwein / com Secretaria Estadual da Saúde

(I.P.)