SP tem menor número de adolescentes grávidas em 10 anos

Pesquisa foi divulgada nesta segunda-feira pela secretaria da Saúde

seg, 07/07/2008 - 17h13 | Do Portal do Governo

Em 2007, São Paulo teve o menor número de adolescentes grávidas da última década.  É o que aponta o mais novo balanço da Secretaria Estadual da Saúde com base nos dados da Fundação Seade. No ano passado foram registrados 96.554 casos de menores de 20 anos de idade grávidas contra 100.632 em 2006.

“Estamos numa linha de ação correta. Espero que no ano que vem esses números reduzam ainda mais. Com isso, vamos aumentando a liberdade de escolha dessas adolescentes”, disse Serra durante a divulgação do balanço, na capital. O governador atribuiu a queda a três fatores: aumento no nível de escolaridade, campanhas educacionais de esclarecimento e ações do governo estadual como a distribuição de contraceptivos nas estações do Metrô.

Na comparação com 1998, quando houve 148.018 casos, a redução chega a 34,7%. Pela primeira vez o total de casos não chegou a 100 mil.

A queda no número de casos vem ocorrendo ano a ano:

Serra ressaltou que somente no período de um ano a diminuição no registro foi superior a quatro mil casos.  As adolescentes grávidas de 2007 representaram 16,25% do total de partos. Esse índice foi de 16,6% no ano anterior, 16,9% em 2005, 17,0% em 2004, 17,5% em 2003 e 18,4% em 2002.

No Brasil, o índice de adolescentes grávidas é de 21,8%, segundo dado do Ministério da Saúde referente a 2005 (último disponível). Excluindo-se o Estado de São Paulo o índice nacional sobe para 23,07%. “O país tem mostrado uma tendência diferente, o número de jovens grávidas tem aumentado. No caso, São Paulo está segurando a média nacional”, observou o governador paulista.

São Paulo apresentou, em 2007, taxa de prevalência de 24,5 grávidas por 1.000 adolescentes menores de 20 anos. No ano anterior o índice foi de 25,9 e, em 2005, de 27,4. A última taxa nacional, referente a 2005, foi de 34,83 gestantes por 1.000 adolescentes.

O declínio da ocorrência de gravidez precoce no Estado não acontece por acaso. “É fruto de um programa que ressalta a informação sobre sexo seguro, mas também lida com o comportamento juvenil, trabalhando as emoções, medos e inseguranças dos adolescentes que podem levá-los a um comportamento de risco”, afirma o secretário de estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.

Para continuar colhendo bons frutos nessa área, o Governo do Estado reforça suas ações. De acordo com o secretário, as iniciativas de sua pasta vão ganhar o reforço do Projeto Vale Sonhar, da Secretaria da Educação, que orienta jovens sobre os riscos da gravidez precoce no Vale do Ribeira e será estendido para 600 mil alunos de 3.600 escolas da rede estadual de ensino.

A iniciativa começou há 4 anos em 14 cidades do Vale do Ribeira, região paulista com os menores IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Nessas cidades, o número de meninas grávidas caiu de 306 em 2004 para 72 em 2005 e 30 em 2006.

O plano é introduzir o programa nas aulas de biologia do 1º ano do Ensino Médio já a partir do segundo semestre deste ano. Para isso, conta com a capacitação de dez mil educadores do Estado. O projeto é estruturado em três oficinas: despertar para o sonho; nem toda relação sexual engravida; e engravidar é uma escolha. Haverá ainda a distribuição de sete mil kits para apoiar os trabalhos nas oficinas

Atendimento integral

Desde 1996, a Secretaria da Saúde adotou um modelo de atendimento integral à adolescente, que contempla o aspecto físico, psicológico e social. Os resultados já começaram a aparecer em 1998 – por isso a secretaria utiliza o ano como base de comparação no estudo divulgado nesta segunda-feira, 7.

Além de informação e orientação, o trabalho busca identificar as emoções, medos e dúvidas dos adolescentes sobre afetividade, relacionamentos e sexo seguro. Rotineiramente a secretaria investe em capacitação, organizando palestras e cursos a profissionais e médicos que cuidam de adolescentes por todo o Estado.

Balada da Saúde

Para chegar mais próximo dos jovens, a secretaria conta com as Casas do Adolescente. “Há uma ação bastante intensa, como essa das casas do adolescente, onde as jovens têm um excelente tratamento. No Estado temos pelo menos 120 casas. Vamos intensificar esse trabalho nos próximos anos”, afirmou o governador Serra.

No segundo semestre de 2007, a secretaria lançou o projeto Balada da Saúde, na Casa do Adolescente de Pinheiros, na capital. O objetivo é prestar atendimento médico, orientar os adolescentes sobre sexo seguro e uso correto de métodos anticoncepcionais, e oferecer espaço para música e diversão.

A balada acontece todas as segundas-feiras, para adolescentes de 12 a 20 anos. Das 17h30 às 19h há equipes do Programa de Adolescente da secretaria para o Plantão das Emoções. Ginecologistas, psicólogos e nutricionistas tiram dúvidas sobre sexo, gravidez precoce, uso de preservativos e problemas de saúde. A secretaria ainda distribui preservativos e folhetos explicativos.

A balada começa às 19h. A idéia é que a cada semana haja um tema: rap, MPB, dance music, enfim, todos os estilos musicais. Músicos e DJs são convidados para a festa. Os adolescentes podem inscrever bandas para tocar durante o evento.

“Escolhemos as segundas-feiras porque é o dia que mais recebemos jovens em busca de orientações sobre sexo. Depois das baladas do final de semana todos querem acabar com as dúvidas, saber como usar preservativos e evitar gravidez”, afirma a coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente, Albertina Duarte Takiuti.

Anticoncepcionais

Para auxiliar na prevenção à gravidez indesejada, a Secretaria da Saúde decidiu ampliar o acesso das mulheres, inclusive adolescentes, a métodos anticoncepcionais. Desde julho de 2007 estão disponíveis contraceptivos comuns em 20 unidades da Farmácia Dose Certa, na capital, situadas em estações de Metrô, trem e centros de saúde. Em agosto esses locais passaram a distribuir pílulas do dia seguinte, camisinhas e panfletos informativos sobre contracepção de emergência.

Para o interior, litoral e Grande São Paulo a secretaria também passou a enviar anticoncepcionais, pílulas do dia seguinte e DIUs, para distribuição em Unidades Básicas de Saúde, em complemento ao repasse do governo federal.

Cleber Mata com  informações da Secretaria da Saúde