SP será primeiro Estado do país a ter identificação de veículos

Idéia é aumentar a segurança dos cidadãos e melhorar a fiscalização de veículos

ter, 02/10/2007 - 10h32 | Do Portal do Governo

Atualizado às 17h14

O Estado de São Paulo será o primeiro do país a adotar o Siniav (Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos). A garantia foi expressa no final da manhã desta terça-feira, 2, quando o governador José Serra assinou um convênio com a prefeitura da Capital para dar início a implantação do sistema de identificação veicular na cidade.

O sistema será adotado em todo o Brasil e tem por objetivo aumentar a segurança dos cidadãos, aperfeiçoar a gestão do tráfego e melhorar a fiscalização veicular. Nele, cada veículo da frota terá um chip eletrônico, que será lido por antenas. Assim será possível saber a localização de um automóvel roubado, quais os pontos de maior congestionamento ou ainda os proprietários de veículos que não estão com os impostos em dia.

“É uma iniciativa pioneira, que vai pegar no Brasil a partir de São Paulo. Além de aumentar a segurança dos cidadãos, esse chip vai otimizar a gestão do tráfego e melhorar a fiscalização dos veículos”, disse o governador José Serra hoje no Centro de Treinamento de Educação de Trânsito da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). “Eu, no meu carro particular, vou querer esse chip logo, logo. É uma tremenda vantagem. Se o carro for roubado, o chip localiza-o imediatamente”, adiantou Serra.

O convênio foi celebrado pelo Estado, por meio da Secretaria Estadual de Segurança Pública e do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), e pela prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Transportes e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). São Paulo é o primeiro Estado do Brasil a se preocupar com a implantação da identificação eletrônica dos automóveis.

Inicialmente será feito um estudo para discutir como será desenvolvido o projeto. Uma vez bem sucedido na cidade de São Paulo, o modelo deverá ser adotado pelas demais cidades da região metropolitana. Em seguida serão os municípios do interior – tudo bem antes dos prazos estipulados pelo governo federal. “Até março ou abril do ano que vem devemos ter concluída a licitação para iniciar a implantação dos chips nos veículos”, garantiu o prefeito da Capital, Gilberto Kassab.

“É importante que se diga que isso não tem ônus para os donos dos veículos. O ônus fica por conta da prefeitura, que patrocinará o programa, fará a licitação e cuidará do assunto. As pessoas não vão precisar pagar pelo chip”, frisou Serra.

Soluções

O governador afirmou que o trânsito é o problema número 1 da cidade e da região metropolitana de São Paulo. “O trânsito é um obstáculo terrível ao desenvolvimento. É o principal problema econômico e principal problema em relação ao conforto e a segurança das pessoas. É um trânsito inseguro e congestionado”, observou.

O governador explicou também que o Governo do Estado tem tomado diversas iniciativas a fim de mudar o quadro. Serra citou a aceleração das obras do trecho sul do Rodoanel, as obras do complexo viário da Jacu-Pêssego (espécie de mini Rodoanel da Zona Leste), a recuperação das Marginais, o Programa de Policiamento de Trânsito e a operação Direção Segura.

Como é o chip

A etiqueta eletrônica, tag ou chip, é um micro-circuito eletrônico onde está gravado um código de identificação com as informações do veículo. Os dados contidos na etiqueta eletrônica são capturados por antenas receptoras, equipamentos instalados em ruas e avenidas. A comunicação entre as antenas e as etiquetas eletrônicas se dará por ondas de rádio-freqüência e a comunicação entre as antenas e a central de controle será feita por transmissão celular.

Um conjunto de antenas receptoras convenientemente distribuídas pelas principais vias, entradas e saídas da cidade vai possibilitar, nos pontos cobertos pelas antenas, saber instantaneamente quantas etiquetas passaram por um determinado local, em quais velocidades, a origem e o destino dos deslocamentos e outras informações relevantes para a gestão do tráfego.

O sistema vai permitir ainda a realização de blitze policiais com eficiência, possibilitando aos agentes policiais deter para investigação somente os veículos que o sistema tenha acusado como portadores de alguma inconformidade. Há ainda a possibilidade de se rastrear uma determinada etiqueta eletrônica, quando esta estiver associada a um veículo com irregularidades.

Por fim, é possível verificar o cumprimento da legislação sobre carga e descarga de caminhões em regiões específicas da cidade, o tráfego de veículos e cargas especiais em rotas e horários especiais e o tráfego na região do rodízio e nas zonas de máxima restrição à circulação.

Pioneirismo

“Mais uma vez São Paulo sai na frente. Ela é a pioneira no mundo nesse tipo de sistema”, garante o assessor da diretoria de operações da CET, Aquiles Leonardo Bisanelli. Segundo ele, diversas cidades no mundo possuem sistemas semelhantes, mas apenas com a finalidade de efetuar cobranças de pedágio rodoviário.

É o caso da cidade de São Francisco, nos Estados Unidos. Os veículos que atravessam a famosa ponte Golden Gate, seu maior cartão postal, podem optar por pagar o pedágio através de um sistema de chips semelhante ao do Sem Parar, modelo usado pelas concessionárias de rodovias paulistas.

O município de Praia Grande, na região da Baixada Santista, também usa tecnologia parecida. No entanto, lembra Bisanelli, o sistema deles tem por objetivo controlar apenas a entrada e saída de veículos da cidade. Além disso, os chips e antenas usados não são compatíveis com o Siniav.

Homenagem

Ao finalizar seu discurso, o governador José Serra aproveitou para fazer o que chamou de uma pequena homenagem ao presidente da CET, Roberto Scaringella. “Talvez este seja o homem mais preparado do país, na cidade que tem o pior trânsito do país, para enfrentar essas questões. Ele é sempre construtivo, tem boas idéias, é criativo, está sempre propondo soluções”, disse o governador.

Manoel Schlindwein