SP realiza operação para combater desvio de medicamentos da rede pública

Ação ocorre simultaneamente em São Paulo e no Rio de Janeiro; três suspeitos foram detidos

seg, 14/02/2011 - 18h45 | Do Portal do Governo

Uma força-tarefa do Governo do Estado de São Paulo, sob coordenação da Corregedoria Geral da Administração – órgão vinculado à Secretaria da Casa Civil de São Paulo – e integrada pelas secretarias da Saúde e da Segurança Pública, deflagrou na manhã desta segunda-feira, 14, uma operação para combater desvio de medicamentos oncológicos de alto custo da rede pública estadual.

Simultaneamente, e com base nas informações obtidas pelos investigadores paulistas, a Secretaria da Segurança do Estado do Rio de Janeiro agiu na capital fluminense com mandado de busca e apreensão de remédios desviados.

Durante a operação, ocorrida em Osasco e na zona sul da capital paulista, e também no bairro de Vila Isabel, no Rio, foram apreendidas 30 caixas de remédios oncológicos, avaliados em R$ 160 mil. Desse total, R$ 34 mil em medicamentos foram apreendidos em uma clínica em Osasco e pertencem à rede estadual paulista. O restante foi apreendido no Rio e pertence à rede pública fluminense. Dois suspeitos de envolvimento no Rio e um em São Paulo foram detidos.

No Rio de Janeiro, a Polícia Civil fez busca e apreensão em duas residências, duas distribuidoras e em uma farmácia. Em São Paulo, foram alvos da investigação da Vigilância Sanitária uma distribuidora na zona sul e uma clínica médica em Osasco.

Ação

A investigação teve origem há cerca de seis meses na Corregedoria Setorial da Saúde – braço da Corregedoria Geral na Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. Durante os trabalhos, a Corregedoria passou a contar com o apoio do Departamento de Polícia e Proteção à Cidadania (DPPC). A partir dos desdobramentos da investigação, a Polícia Civil do Estado do Rio foi acionada.

“O foco desta operação de hoje esteve justamente no que o governador Geraldo Alckmin já apontou, que é o enfrentamento à receptação daquilo que é subtraído do Estado. O que conseguimos hoje foi a possibilidade de responsabilizar os receptadores que prejudicam quem mais precisa, que são os doentes em situação bastante debilitada por causa do câncer”, afirmou o presidente da Corregedoria Geral da Administração Gustavo Ungaro.

De acordo com o delegado da Corregedoria da Saúde de São Paulo, Alexandre Zakir, os remédios encontrados nesta segunda-feira, 14, foram desviados da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e, no Rio, do Hospital Geral do Andaraí, Hospital Central da Polícia Militar e do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Entre os medicamentos desviados estão o Mabthera, Herceptin e Avastin. O custo de cada caixa desses medicamentos varia, em média, de R$ 1 mil a R$ 9 mil. A partir de agora, a Polícia Civil dará prosseguimento à investigação para descobrir de que maneira os remédios foram desviados e possíveis crimes de receptação e de formação de quadrilha.

“Essa operação é apenas a ponta do iceberg. A partir de agora temos que intensificar a investigação para saber de onde esses medicamentos vêm sendo desviados ou subtraídos”, explicou o delegado da 2ª Delegacia da Saúde Pública de São Paulo.Anderson Pires Giampaoli.

Na operação realizada em São Paulo, a Vigilância Sanitária encontrou na distribuidora localizada na zona sul medicamentos de origem ainda não determinada e com prazo de validade vencido. Todo esse material será periciado.

Da Casa Civil