Maternidade: SP oferece programas de humanização

Na semana do Dia das Mães, fique por dentro das iniciativas paulistas que auxiliam mulheres especialmente na primeira gravidez

qui, 10/05/2018 - 20h51 | Do Portal do Governo

Tornar-se mãe é o momento para lidar com novas descobertas e novos desafios. É neste período que muitas mulheres têm a chance de aprender, por acertos e erros, responsabilidades que até então não existiam. Há situações, no entanto, que fogem do percurso natural da gravidez e exigem atenções que vão além de cuidados médicos.

Pensando nisso, o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Saúde, desenvolveu programas que auxiliam na aproximação de mães com o universo da maternidade de uma forma mais humana e altruísta. A ideia é tornar essa experiência mais tranquila e ainda mais especial, sobretudo, para mães de primeira viagem.

Parto humanizado

Nos últimos anos, diversos fatores levaram mulheres a optarem por cesariana. O procedimento, além de permitir a escolha da data do nascimento do bebê, parece ser menos doloroso do que um parto normal. No entanto, existem ações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde para que muitas mães priorizem um parto mais humanizado.

Aqui no Estado, várias instituições de saúde são especializadas no setor. O Hospital Ipiranga, por exemplo, é referência nacional quando o assunto é parto humanizado com mulheres de gestação de alto risco. Localizado na capital paulista, a unidade prioriza esse tipo de abordagem há mais de 30 anos. A partir de 2014, com a inauguração do Centro de Parto Normal, ela conseguiu atingir a marca de 2/3 dos partos realizados de modo natural.

“Nosso hospital conta com suítes de parto. Ela privilegia o casal, pois tem mais privacidade, bem como a equipe, que procura o mínimo possível de intervenção médica”, explica o diretor técnico da clínica de ginecologia, obstetrícia e neonatologia da unidade, Marcos Tadeu Garcia.

Para ter acesso ao serviço, as mulheres podem ter realizado o pré-natal dentro da própria unidade, na rede básica de saúde ou até mesmo em outras regiões. Essa é a fase ideal para sensibilizar as mães sobre esse tipo de concepção, segundo o diretor.

“Na verdade, a conscientização tem que ocorrer antes da gravidez. Existe um apelo para que mães de primeira viagem deem oportunidade ao parto normal. Isso porque a primeira cesariana pode comprometer uma segunda. É uma maneira de evitar riscos para uma gestação futura”, afirma.

Vale lembrar que o parto humanizado é aquele que tanto a mãe como o pai ficam sabendo dos riscos e benefícios que ele traz, assim como estabelece uma relação mais genuína dos pais com o filho. Quanto mais esclarecido o casal for, mais tranquilos eles vão estar na hora do nascimento.

Bebês prematuros

Bebês que nascem antes da hora planejada merecem atenção mais do que especial. O Estado, dessa forma, também desenvolveu iniciativas para tornar esse período de fragilidade, tanto da mãe como da criança, menos penoso.

O trabalho desenvolvido no Hospital Geral de Pedreira, na zona Sul da capital, se tornou referência de atendimento em situações como esta. Para ajudar na recuperação desses pequenos pacientes, a instituição promove cuidados humanizados dos bebês através de métodos terapêuticos.

Um deles é o Método Canguru, um procedimento que coloca o bebê prematuro em contato pele a pele com a mãe ou com o pai. Na verdade, o próprio nome faz menção à posição em que o recém-nascido fica: na vertical, junto ao peito dos pais ou de outros familiares.

“Ele fica nesta posição no mínimo por uma hora. Isso proporciona conforto, acalma o bebê e permite que ele ganhe peso gradativamente. Além disso, é uma maneira de permitir que os pais participem mais dos cuidados neonatais”, destaca a enfermeira neonatologista do Hospital, Adriana Moreira.

Esse e outros métodos oferecidos pela instituição são fundamentais para recuperação do prematuro. A mão travesseiro, por exemplo, coloca o bebê em uma almofada com o intuito de trazer a sensação da presença da mãe, como o cheiro. Ainda, o banho de ofurô permite que ele seja envolto pelo líquido amniótico, acalmando e mantendo padrão respiratório do pequeno.

“A partir do momento que você passa um cuidado humanizado, você estabelece um trabalho individual. Quando a mãe se sente acolhida, consegue lidar melhor com a situação. Ser mãe de UTI não é fácil, especialmente quando é o primeiro filho. Ela precisa entender que [todo esse abalo emocional] pode refletir até na sua produção láctea”, completa a enfermeira.

A importância da amamentação

Mais do que essas ações, o leite materno é primordial nos primeiros dias de vida do bebê, especialmente, daqueles que nascem antes do tempo. Ele faz parte do tratamento e contém nutrientes necessários para o desenvolvimento da criança. Entretanto, nem todas as mães conseguem produzir quantidade suficiente para amamentar o filho.

No município de Santos, o Hospital Guilherme Álvaro possui um banco de leite que se tornou referência para toda região. A unidade, que possui UTI pediátrica e neonatal, procura explicar para lactantes a importância de amamentar e, acima de tudo, ajudar outras mães.

“Se o nosso corpo produz um leite próprio para os nossos filhos, não tem porquê recorrer a outras fórmulas. Ele tem alto nível digestível e tem muitos fatores imunológicos”, ressalta a nutricionista e responsável alimentar do banco de leite do Hospital, Renata Pavesi.

É necessário, portanto, que as mães que têm produção excedente de leite doem para o banco. Pavesi comenta sobre a atuação da unidade diante a essas mães. “Quando elas têm alto volume, vêm ao banco, preenchem um cadastro, recebem um kit e são orientadas de como fazer a ordenha das mamas. Depois disso, o Hospital vai até a casa dela para retirar os frascos. Isso pode ser uma solução para um problema dela também, já que muitas vezes a mama entumece e provoca desconforto”, completa.

Assim que o filho de Rosinere nasceu, foi encaminhado para UTI Neonatal. A auxiliar de produção conta que na época retirou boas quantidades de leite, que além de alimentar o filho, foi possível doar a um banco de leite. “Eu mesma tirava o leite em casa. Eu via a diferença todos os dias no meu filho e quanto o leite era importante para ele”, lembra a mãe.

Tanto Rosinere quanto outras mães são peças fundamentais para qualquer banco de leite. Sem dúvida, essa ação transcende um projeto de saúde e mostra que, por meio da solidariedade, elas estão contribuindo para a sobrevivência de outros bebês.