SP livre de difteria pela primeira vez na história

Doença grave foi reduzida ano a ano e chegou em 2006 a nenhum caso no Estado

ter, 17/04/2007 - 12h14 | Do Portal do Governo

Difteria virou doença do passado em São Paulo. Balanço da Secretaria de Estado da Saúde mostra que pela primeira vez a doença sumiu por todo o Estado: em 2006 nenhum caso foi registrado.

Devido a trabalho intenso de capacitação de profissionais e vacinação em massa, a doença registrou queda ano a ano. Na década de 70 havia, em média, cerca de 520 casos da doença por ano. Em 1971, por exemplo, houve 1.064. Em 1973, 1.054. A queda, ano após ano, se intensificou em 2003, quando houve 13 casos. Em 2004, 3 casos, Em 2005, 3 novamente. Em 2006, enfim, zero.

A difteria é uma doença infecto-contagiosa causada pela toxina do bacilo Corynebacterium diphteriae, que provoca inflamação da mucosa da garganta, do nariz e, às vezes, da traquéia e dos brônquios. A doença, que pode levar à morte, atinge pessoas de qualquer idade. Por isso, como forma de prevenção, a Secretaria recomenda a vacinação de todas as pessoas.

Normalmente a vacinação ocorre na infância, no primeiro ano de vida. São três doses de DTP (difteria, tétano e coqueluche), aos dois, quatro e seis meses, seguindo-se de um reforço aos 15 meses e outro entre quatro e seis anos de idade. A partir daí, a cada 10 anos, deve ser feito um reforço com a DT (vacina contra tétano e difteria adequada para adultos).

Os adultos que nunca foram vacinados contra o tétano (grande parte da população) devem receber três doses da vacina dupla de adulto (difteria e tétano) para proteção contra o tétano e difteria.

Depois de completada a série de três doses é necessário apenas uma dose de reforço a cada dez anos, para manter a proteção adequada. A transmissão da difteria se faz de pessoa para pessoa, através de gotículas de secreção respiratória contendo a bactéria e, eventualmente, secreção de lesões cutâneas. Os sintomas vão desde a insuficiência respiratória alta até comprometimento cardíaco, neurológico e renal.

A vacina aplicada contra a difteria também protege a pessoa contra o tétano, já que a doença também é causada por uma toxina, produzida pelo Clostridium tetani,, que matar. Como a difteria, o tétano acidental tem caído de forma vertiginosa no Estado. Em 1996 houve 88 casos de tétano acidental. Já em 2006 o estudo da Secretaria mostra 29 casos. O mesmo levantamento aponta, em 1980, 24 casos de tétano neonatal.

Desde 2000, não são registrados casos deste tipo da doença no Estado. O tétano pode ser adquirido através da contaminação de ferimentos (tétano acidental) ou do cordão umbilical (tétano neonatal). O tétano acidental é geralmente adquirido por contaminação de ferimentos (mesmo pequenos) com esporos do Clostridium tetani, que são encontrados no ambiente _solo, poeira, esterco, superfície de objetos, principalmente quando metálicos e enferrujados.

Já o tétano neonatal ocorre quando as gestantes que nunca foram vacinadas não passam anticorpos protetores para o filho, o que acarreta risco do tétano para o recém-nascido. O tétano é adquirido quando ocorre contaminação do cordão umbilical com esporos do Clostridium tetani. A contaminação pode ocorrer durante a secção do cordão com instrumentos não esterilizados. A imunização contra tétano segue o mesmo esquema da difteria , já que as doses estão em uma mesma vacina.

O tétano caracteriza-se pelos espasmos musculares e suas complicações. São provocados pelos mais pequenos impulsos, como barulhos e luzes, e continuam durante períodos prolongados. O primeiro sinal de tétano é a contração dos músculos mandibulares, não permitindo a abertura da boca. Isto é seguido pela rigidez do pescoço e das costas.

Da Secretaria da Saúde