SP lança plano para proteção da Serra da Cantareira

As ações do programa, ainda em desenvolvimento, tiveram início com aumento da fiscalização aérea e por terra

qui, 12/03/2009 - 8h53 | Do Portal do Governo

Dois sobrevoos mensais sobre uma área de 64,8 mil hectares (que abrange sete municípios), além da intensificação na circulação de viaturas da Polícia Ambiental por terra, para fiscalização, são as primeiras ações de um plano lançado recentemente pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente para a proteção da Serra da Cantareira.

A iniciativa foi motivada pela preocupação com o crescimento da mancha urbana na região, que ainda dispõe de áreas com importantes atributos ambientais. A forte pressão representada pela demanda habitacional, exercida principalmente pela população da capital e de Guarulhos, tem sido fator de desmatamento e grande ameaça às áreas protegidas.

De acordo com o engenheiro agrônomo Antonio Queiroz, coordenador do grupo de trabalho do Plano de Proteção da Serra da Cantareira, o objetivo inicial é “definir a fronteira da ocupação urbana e evitar o seu avanço sobre as áreas de conservação”. Por isso, foi intensificado o monitoramento: “Com a fiscalização aérea, serão determinadas as coordenadas de todo o desmatamento que a gente conseguir encontrar e, por terra, embargamos a área”, explica.

Também serão definidos os limites da mancha urbana e de remanescentes de vegetação com o auxílio de imagens de satélite. “Dessa forma, poderemos fazer a autuação de uma pessoa que tenha cortado vegetação mesmo sem vê-la em ação”, afirma o engenheiro. Esse monitoramento, por meio do sistema GPS, está previsto para ocorrer em toda a área durante seis meses.

Programa abrangente – O plano para a Cantareira foi anunciado na presença de prefeitos e autoridades das cidades abrangidas pela região: Arujá, Caieiras, Franco da Rocha, Guarulhos, Mairiporã, Santa Isabel e São Paulo. O objetivo é desenvolver o trabalho em conjunto com os municípios para a efetivação de outras três frentes de ação: educação ambiental, recuperação de vegetação e criação de novas unidades de conservação.

Nesse intuito, foi acertada a formação de grupo de trabalho com a incumbência de, em 30 dias, apresentar proposta para esse empreendimento. O documento deverá conter um diagnóstico sobre áreas disponíveis para recuperação, disponibilidade das guardas civis municipais para participar das atividades de fiscalização e programas conjuntos de educação ambiental, entre outras questões.

Queiroz ressalta que a inibição da ocupação deve ser uma ação conjunta de todos os envolvidos para que não gere a migração dos invasores de um local para outro. Ele informa que as estratégias de ação das outras vertentes do plano ainda estão em desenvolvimento, mas visam à recuperação de pelo menos 100 hectares de vegetação em cada município e à criação de parques urbanos, pelas prefeituras e órgãos do Estado.

Simone de Marco

Da Agência Imprensa Oficial