SP incentiva a formação de campeões com Bolsa Talento Esportivo

De olho nas Olimpíadas de 2016, programa beneficiará atletas carentes de todo o Estado

ter, 02/02/2010 - 16h00 | Do Portal do Governo

Walter Teixeira Junior, judoca para-atleta, campeão brasileiro meio-médio e absoluto em sua modalidade, tem dificuldade para manter o ritmo dos treinamentos. “Estava quase parando porque precisava trabalhar para sobreviver, mas agora com o Bolsa Talento Esportivo conseguirei treinar com mais assiduidade”, garante. O judoca é um dos integrantes do programa de incentivo da Secretaria de Esportes, Lazer e Turismo (Selt), que irá beneficiar financeiramente atletas de alto rendimento e estudantes matriculados em escolas de todo o Estado que se destacam em torneios estaduais ou nacionais.

Ao todo, serão 300 bolsas, que variam de R$ 415 a R$ 2.490 por mês. Tem direito ao benefício quem estiver vinculado a entidades esportivas paulistas há pelo menos um ano. Os interessados não podem estar inscritos em programas semelhantes ou recebendo recursos de patrocinadores. A bolsa, lançada em janeiro, vale por 12 meses com possibilidade de ser renovada. De acordo com a secretaria, ao proporcionar melhores condições de treinamento, alimentação e qualidade de vida a esses jovens, por certo esse benefício estará contribuindo para o aumento do número de medalhas conquistadas por atletas vestindo as cores de São Paulo e do Brasil em competições nacionais e internacionais. 

O nadador Renan Marcondes Porto, 20 anos, de Presidente Prudente, está entusiasmado por estar entre os atletas selecionados pelo projeto. “A falta de patrocínio dificulta o desempenho do atleta. Agora, dá para crescer dentro do esporte e trazer mais medalhas para o Estado e, quem sabe, conquistar outras na próxima Olimpíada que será realizada no Brasil em 2016”. O judoca Daniel Hernandes, que disputou as Olimpíadas de 2000 e de 2004, e foi ganhador da medalha de ouro Grand Slam do Rio de Janeiro, em 2009, na categoria acima de 100 quilos, confessa que a luta para conseguir um patrocínio é mais difícil “do que dominar o rival no tatame”.

Sem patrocínio

Para os esportes pouco difundidos pela mídia – taekwondo, badminton, canoagem, vela, arco e flecha, ginástica rítmica – a dificuldade para patrocínio ainda é maior. Ivone Faddul, professora de taekwondo, explica que a modalidade é um esporte olímpico; é uma arte marcial que veio da Coreia para o Brasil na década de 1970 pelas mãos do mestre Sang Min Cho. “Apesar de estar há pouco tempo aqui, já temos uma campeã brasileira, a Thaís Labrador, professora no Parque da Juventude”.

O futebol feminino também enfrenta dificuldades. Fabrício Cândido Maia, treinador da equipe da categoria sub-18 de Araraquara, diz que graças ao esforço das meninas e agora à bolsa de incentivo haverá melhores resultados nas competições. Marcos Mercandante, diretor da Associação Marcos Mercandante de Judô, afirma que “a bolsa é um avanço. Temos muitos atletas que desistiram do esporte por causa das baixas condições financeiras. Agora, a modalidade pode ganhar impulso”. 

David Levi da Silva, 16 anos, praticante de canoagem, é um dos contemplados e vê a bolsa como maneira de se profissionalizar. “Sonho em participar das Olimpíadas daqui a seis anos”.

Da Agência Imprensa Oficial