SP dobrará número de leitos para tratar dependentes de álcool e outras drogas

Ampliação da rede de internação e atendimento a dependentes químicos integra o Programa Estadual de Políticas sobre Álcool e Drogas

ter, 25/10/2011 - 18h00 | Do Portal do Governo

A Secretaria de Estado da Saúde vai dobrar, em dois anos, o número de leitos para internação de pessoas com dependência em álcool e outras drogas no Estado de São Paulo. A medida integra o Programa Estadual de Políticas sobre Álcool e Drogas.

A proposta é expandir o número de clínicas para tratamento gratuito dos dependentes químicos pelo Estado, em regime de internação de curta permanência e atendimento multidisciplinar, além de ampliar e integrar os
serviços já existentes, formando, desta forma, uma grande rede.

São Paulo possui hoje cerca de 400 leitos exclusivos para internação de curta permanência e tratamento de dependentes químicos, na capital, Grande São Paulo e interior. Essas vagas são custeadas pelo governo do Estado, já que a atual política de saúde mental Ministério da Saúde não prevê tratamento de dependentes por intermédio de internação. Até 2013 este número deverá chegar a 800 leitos.

“A proposta das novas clínicas de reabilitação é que, além de medicação específica, os pacientes em tratamento recebam atendimento psicológico individual e coletivo e participem de atividades físicas e esportivas, além de realizar terapias ocupacionais”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri.

O objetivo é oferecer um modelo voltado à desintoxicação, mas fora do ambiente de enfermaria hospitalar. Caberá aos municípios realizar a triagem desses pacientes, verificando a necessidade de internação. Ao longo do primeiro semestre deste ano foi realizado um grande mapeamento da oferta atual de serviços e leitos para dependência química. O Estado foi dividido em cinco macrorregiões, onde as novas clínicas deverão ser instaladas: Grande São Paulo, Bauru/Botucatu, Ribeirão Preto, Presidente Prudente e São João da Boa Vista. Alguns locais ainda serão definidos.

Na cidade de São Paulo, o Hospital das Clínicas da FMUSP terá um prédio voltado, exclusivamente, ao tratamento de dependência química. Com 52 leitos, dos quais 40 para adultos e 12 para adolescentes, o local também abrigará uma unidade do Centro de Atenção Psicossocial (Caps-ad), que atenderá 25 pacientes de alta complexidade por dia, e uma unidade do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que receberá até 14 famílias diariamente.

O centro do HC contará com equipes multidisciplinares, com assistentes sociais, enfermeiros e psicólogos, responsáveis por conhecer o cenário social do paciente: se ele tem emprego, família, quem são os amigos e se o uso de drogas e álcool faz parte do dia-a-dia dele. Também haverá escritórios, centros de pesquisa, salas de aula e salas de reuniões para familiares. A unidade, que deverá ser implantada em uma área de 3 mil metros quadrados do Hospital Cotoxó (serviço hospitalar do HC no bairro da Pompéia), terá como finalidade, além da assistência aos dependentes químicos, testar novos tratamentos e expandi-los para outras regiões do país.

O atendimento realizado no Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas) será ampliado. Além dos cerca de 1 mil atendimentos por mês atualmente realizados por equipe multiprofissional, também funcionará como porta de entrada para os dependentes químicos que circulam na “Cracolândia”, acolhendo pessoas com síndrome de abstinência leve e moderada, por até 12 horas.

Em Botucatu, interior paulista, o governo está investindo mais de R$ 12 milhões para a implantação do Serviço de Atendimento Psiquiátrico para Dependentes Químicos, Álcool e Drogas, que começará a funcionar no primeiro semestre de 2012. Serão 3,7 mil m² de área construída divididos em oito blocos, com 76 leitos, dos quais 10 voltados para desintoxicação. Outras regiões do Estado também contarão com serviços de internação especializados em álcool e drogas.

Da Secretaria da Saúde