SP adota modelo de NY em escolas estaduais

Secretaria da Educação e Itaú Social fecharam acordo para colocar em prática a iniciativa durante três anos

qui, 08/01/2009 - 9h51 | Do Portal do Governo

Dez escolas estaduais, localizadas nas periferias de São Paulo, experimentarão o modelo educacional de Nova York, nos Estados Unidos. A novidade é resultado de parceria entre a Secretaria da Educação e a Fundação Itaú Social, que firmaram acordo para, a partir deste ano, instalar projeto-piloto com destaque em gestão educacional.

A iniciativa será desenvolvida em dez escolas da Diretoria de Ensino Leste 3. Todas tiveram baixo desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp). Inspirado na experiência inovadora da reforma escolar de Nova York – cidade que, como São Paulo, administra o maior sistema escolar do país – o modelo pretende dar um salto de qualidade na aprendizagem dos estudantes, num prazo de três anos.

As dez unidades de ensino contempladas são Aquilino Ribeiro; Dr. Décio Ferraz Alvim; Haydee Hidalgo; Jardim Dom Angélico; Jardim Wilma Flor; Paulo Sarasate; Recanto Verde Sol; Sebastião Faria Zimbres; Sumie Iwata; e Vila Bela.

A reforma de Nova York vem sendo executada, desde 2001, pelo prefeito Michael Bloomberg e já obteve resultados positivos. Investe em gestão, formação dos professores, monitoramento do rendimento escolar dos alunos e envolvimento dos pais. Também conta com o apoio do setor privado, não apenas com aporte financeiro, mas com envolvimento no planejamento e liderança. 

Reforma escolar – A realização técnica do projeto paulista estará sob a responsabilidade do Instituto Fernand Braudel, com acompanhamento técnico da Fundação Itaú Social. No início de 2007, pesquisadores do instituto fizeram intensiva pesquisa de campo para analisar a ousada reforma escolar de Nova York empreendida nos últimos anos. 

Foram acompanhados por Jane Wreford, integrante do instituto e ex-diretora de inspeção de distritos escolares da Comissão Britânica de Auditoria, que em 2002 pesquisou as escolas públicas em São Paulo. O trabalho de campo rendeu referencial dinâmico que levou à adoção de estratégias relevantes para fazer frente a problemas comuns de escala e liderança no ensino público no Brasil, especialmente em áreas metropolitanas.

Será contratada uma equipe com dois especialistas em Língua Portuguesa e dois em Matemática para acompanhar o cotidiano das escolas envolvidas e reforçar o trabalho do professor-coordenador. Essas disciplinas foram escolhidas porque são consideradas pontos críticos no processo de aprendizagem dos alunos. Os especialistas estimularão os coordenadores a entrar nas salas de aula e irão acompanhá-los com o propósito de contribuir para uma orientação mais efetiva e adequada à realidade de cada escola e de cada professor. Essa é uma prática comum em Nova York.

Avaliação contínua – No ano passado, a pasta da Educação já modificara a forma de contratação dos professores-coordenadores da rede. Estes profissionais passaram a exercer suas funções divididos por ciclos de ensino – antes havia um coordenador para toda a escola.

Será ainda contratado um coordenador de pais, cuja tarefa será realizar ações para aproximar as famílias da escola e envolvê-las no processo de aprendizagem dos estudantes. O projeto-piloto passará por avaliação contínua, acompanhando a frequência de professores e alunos, a rotatividade e absenteísmo dos professores, o número de incidentes de indisciplina e violência dentro da escola e a percepção de alunos, pais, professores e diretores sobre o ambiente escolar.

Haverá entrevistas com pais dos alunos das escolas participantes; distribuição de questionários para os jovens; criação de grupo focal com professores, que terão questionários para responder; e registro escolar de frequência, faltas e licenças de professores. Além disso, será feita a avaliação de impacto econômico deste projeto-piloto, para verificar seu retorno social. 

Da Secretaria da Educação