SMA estimula a produção de pesquisas científicas sobre meio ambiente

Projeto Pesquisa Ambiental resultou na produção de 389 trabalhos científicos

sáb, 20/12/2008 - 14h05 | Do Portal do Governo

Em tempos de aquecimento global, a pesquisa ambiental revela-se fundamental para a compreensão de fenômenos como inundações, deslizamentos de terra e erosões, como as ocorridas em Santa Catarina recentemente, ou anos atrás no município paulista de Jaboticabal, em que pontes e carros foram arrastados pela força das águas, provocando inúmeras mortes.

Com essa percepção, não só acerca das questões climáticas, como também da importância da biodiversidade, entre outras, os pesquisadores dos institutos de Botânica, Florestal e Geológico, órgãos vinculados à Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SMA, produziram nos nove primeiros meses de 2009 um total de 389 trabalhos científicos, superando a meta de 120 publicações proposta pelo Projeto Ambiental Estratégicos Pesquisa Ambiental.

Ao longo do ano, os pesquisadores dos três institutos tiveram publicados ou divulgados seus estudos em diversos meios de comunicação científicas, como revistas, simpósios e congressos, nacionais e internacionais, nas diversas áreas do conhecimento ligadas ao meio ambiente, como fitoquímica, fauna, anatomia e qualidade da madeira, silvicultura, botânica e ecologia, educação ambiental, hidrologia e melhoramento genético, oferecendo a base técnica para ações do governo estadual e prefeituras, e a formulação de políticas públicas.

A diretora do Instituto de Botânica, Vera Bononi, que responde pela coordenação do Projeto Pesquisa Ambiental, um dos 21 Projetos Ambientais Estratégicos do Governo do Estado, realça a grande produtividade dos pesquisadores, mas lembra que “se trata do resultado de muito trabalho, por parte de todos”. Segundo Bononi, uma parte significativa das informações divulgadas é fruto de trabalhos de longo prazo, desenvolvidos ao longo dos últimos anos, envolvendo os necessários cuidados e detalhamentos, além de tempo para investigações e checagens obrigatórias, que a pesquisa científica exige.

Um exemplo é o trabalho denominado “Estudos climáticos voltados à compreensão das inundações em Jaboticabal – SP”, apresentado, entre outros, pelos geógrafos Gustavo Armani e Miriam Ramos, do Instituto Geológico, durante o 8º Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica, em Alto Caparaó, Minas Gerais, em agosto último. Segundo Armani, os estudos das “inundações relâmpagos” ocorridas anos atrás naquele município foram iniciados em 2006, por solicitação da Defesa Civil do Estado.

Foram realizados mapeamentos de riscos e histórico de ocorrências, entre outros levantamentos, que até hoje vêm subsidiando a prefeitura, permitindo o redimensionamento de galerias de águas pluviais e outras obras importantes para a adequada drenagem da bacia. Além disso, as metodologias desenvolvidas pelos pesquisadores são referência para planejamento ambiental urbano, na gestão de bacias, e formulação de planos de manejo, em unidades de conservação.

Outro exemplo é o livro “Diretrizes para Conservação e Restauração da Biodiversidade no Estado de São Paulo”, lançado no dia 24 de novembro passado, pelo Instituto de Botânica e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP. A publicação contém dados biológicos consistentes sobre 92.183 fragmentos de vegetação natural remanescente, enfocando as condições da fauna e da flora, e aponta, por indicação de vários pesquisadores, áreas em todo o Estado consideradas prioritárias para ações de criação ou ampliação de unidades de conservação. A publicação é um dos resultados do Projeto Biota-FAPESP, iniciado em 1999, envolvendo cerca de 160 pesquisadores de várias instituições. Entre outros, os dados sobre os remanescentes vegetais motivaram a elaboração de resoluções da Secretaria do Meio Ambiente como a que estabelece o zoneamento agroambiental, organizando a expansão das atividades sucroalcooleiras.

Já a monografia “Comércio Ilegal de Avifauna na Região Metropolitana de São Paulo”, que teve a participação da pesquisadora Elaine Aparecida Rodrigues, do Instituto Florestal, como orientadora, recebeu “menção honrosa” no 51º Concurso Cientistas de Amanhã e 60a. Reunião Anual da SBPC, em julho, na Universidade de Campinas.

Elaine orientou a estudante Ágata Cobos Salgado, de 16 anos, que cursa o Ensino Médio em São Paulo e participa do Programa de Jovens da Reserva da Biosfera. A estudante fez um levantamento do número de ocorrências e procedimentos adotados pela Polícia Militar Ambiental, com relação ao comércio ilegal de avifauna na Grande São Paulo. Entre outras conclusões, constatou que enquanto existir consumidor, sempre haverá pessoas para retirar esses animais da natureza e promover o comércio ilegal. Assim, “a fiscalização e a conscientização, por meio da educação ambiental, são essenciais para desestimular o consumo e quebrar esse círculo vicioso”. 

Da Secretaria do Meio Ambiente