Nas férias, fique atento aos perigos do cerol

Mistura popular de cola e vidro moído usada em linhas de pipas pode causar acidentes e até mortes, além de prejuízos à rede elétrica

sáb, 22/07/2017 - 10h02 | Do Portal do Governo
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Ciclistas e motociclistas estão entre as principais vítimas do uso do cerol em linhas de pipa

Durante o período de férias, crianças e adolescentes procuram atividades para passar o tempo e uma das mais antigas e populares é empinar pipa. A atividade tem o potencial de tirar os jovens de casa e unir amigos e família – o problema é que ela pode ser perigosa.

O uso do cerol continua frequente nos últimos anos, apesar dos perigos que apresenta. “A técnica consiste em envolver a linha da pipa em cola e, posteriormente, vidro moído”, diz o pesquisador Hamilton Lelis Ito, do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT.

O objetivo é cortar a linha de outros empinadores próximos, uma espécie de competição, mas os danos causados pela prática vão de prejuízos à rede elétrica até a morte de transeuntes, ciclistas e motociclistas.

Se para quem empina a pipa o único perigo que o cerol apresenta é o de pequenos ferimentos nas mãos, reportagens já alertaram para o risco de que o fio poderia causar cortes profundos em quem passa pelas ruas e também em motociclistas, muitas vezes levando à morte.

Lelis Ito também estudou um aspecto nocivo e potencialmente fatal da prática: o prejuízo a fios da rede elétrica e os riscos à população. O rompimento de fios interrompe a transmissão de energia, e pode causar apagões na região abastecida por aquela rede.

Além do transtorno à população daquela área e à companhia de distribuição de eletricidade – que terá de repor os cabos -, a escuridão pode tornar estes ambientes menos seguros e propensos a atos de violência.

Algumas soluções para o problema propostas pelo pesquisador são a construção de dutos e galerias para fios subterrâneos e, principalmente, a intensificação de campanhas públicas. A inviabilidade de aplicar a primeira opção a curto prazo para a maioria das grandes cidades, já construídas e que crescem sem planejamento, só aumenta a necessidade da segunda.