Serviço: Secretário do Meio Ambiente divulga laudo das cinzas do incinerador Vergueiro

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sex, 01/12/2000 - 17h47 | Do Portal do Governo

Os exames de laboratório do material recolhido no incinerador Vergueiro, no último dia 24, acusaram a presença de microorganismos vivos nas cinzas e
escórias provenientes da câmara de combustão e, também, nas cinzas retiradas da base da chaminé. Este é o resultado do laudo feito pela Cetesb e anunciado hoje, dia 31, pelo secretário estadual do Meio Ambiente, Ricardo Tripoli. ‘Esses resultados indicam que o processo de esterilização do incinerador não é adequado e, o melhor seria que ele fosse interditado’,
afirmou o secretário, durante coletiva à imprensa na sede da Secretaria.

Tripoli anunciou, também, três medidas para resolver a situação: a Prefeitura de São Paulo terá um prazo de 48 horas para assinar um Termo de Ajustamento de Conduta Ambiental (TAC), pelo qual a administração municipal se
comprometerá a solucionar o problema no período de três meses; todo o material destinado à incineração terá que passar por uma triagem, separando o que é lixo hospitalar do material orgânico; e, por último, todo material destinado à queima deverá ser transferido para outros incineradores localizados na região metropolitana de São Paulo. Segundo levantamentos feitos pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, existem dois outros
incineradores em Mauá, mais dois em Campinas e outros em Mogi das Cruzes e São Bernardo do Campo.

Nas análises microbiológicas das cinzas da câmara de combustão do incinerador Vergueiro feitas pela Cetesb, foram constatadas a presença de coliformes fecais, bacteriófagos (vírus que parasitam bactérias e não o ser
humano) e pseudomonas (bactérias comuns em ambientes hospitalares, muito resistentes aos processos de desinfecção). Não foram encontrados vestígios
de metais pesados nas cinzas.

‘Esses resultados mostram uma situação extremamente preocupante, já que esses organismos, ainda vivos, que sobraram do processo de combustão, acabam sendo lançados em aterros sanitários, oferecendo riscos de contaminação’, alertou o secretário Ricardo Tripoli.

O incinerador Vergueiro, por ser anterior a 1976, não tem licenciamento da Cetesb. Opera, precariamente, totalmente desprovido de sistemas de controle da poluição atmosférica. Já recebeu 461 reclamações e 19 autuações da Cetesb. A última multa foi lavrada no dia 23 de novembro deste ano, no valor de R$ 1,2 milhão de reais.