Serra reafirma vantagens do etanol para chanceler alemã

Serra voltou a defender o uso do etanol nos automóveis europeus

qua, 14/05/2008 - 20h50 | Do Portal do Governo

As vantagens do uso do etanol como fonte de energia limpa e renovável dominaram a pauta da audiência entre o governador de São Paulo, José Serra, e a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, no Palácio dos Bandeirantes, na noite desta quarta-feira, 14. Serra voltou a defender o uso do etanol nos automóveis europeus e afirmou que o ato serviria para conter a alta do petróleo registrado nas últimas semanas no mercado mundial.

“A vantagem do etanol é indiscutível do ponto de vista ambiental. O aumento do uso do etanol ajudaria a diminuir a pressão sobre o petróleo que chegou a um patamar descomunal”, classificou o governador paulista. Segundo ele, o petróleo é hoje o principal vilão da inflação mundial com impacto direto nos preços de fertilizantes e no transporte de alimentos. “Isso se alastra por toda a economia”, resumiu Serra. “Temos que aprovar o uso de maneira racional”, completou o governador.

Serra lembrou ainda a primeira-ministra que indústrias automobilísticas alemãs com filiais no Brasil como Volkswagen e a própria Mercedes apostam no etanol ao desenvolver tecnologia com motores flexíveis.

A convicção de Serra em defesa do etanol tem um motivo: São Paulo é o principal produtor nacional. Os institutos e universidades paulistas pesquisam as vantagens do etanol em relação aos combustíveis fósseis há pelo menos 25 anos. Em 2007, os mexicanos assinaram tratado com o governo paulista para importar a tecnologia usada nos institutos de pesquisa do Estado. Outro motivo que mantém o Estado no topo da produção nacional são as condições geográficas do Estado, elementos de natureza cientifica e tecnológica.

Segundo o presidente da Comissão Estadual de Bioenergia, o físico e ex-secretário do Meio Ambiente José Goldenberg, São Paulo deixa de emitir todos os anos, oito milhões de toneladas de gás carbônico com o etanol. A mesma eficácia não é registrada nos Estados Unidos – um dos maiores produtores de etanol do mundo ao lado do Brasil – cujo número cai para um milhão de tonelada/ano. Goldenberg frisa que o etanol produzido a base de cana-de-açúcar permite o aproveitamento do bagaço para produzir energia.

Dados do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) indicam que em 1975 o produtor de cana-de-açúcar, principal matéria prima do etanol, retirava uma média de 65 toneladas por hectare. Três décadas depois, o produtor colhe 90 toneladas por hectare no Estado que, hoje, tem 4,2 milhões de hectares de cana plantados.

Cleber Mata