Serra participa do lançamento do Instituto Vladimir Herzog

Parte do acervo foi doada pela Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura

sex, 26/06/2009 - 8h00 | Do Portal do Governo

O governador do Estado de São Paulo José Serra esteve na quinta-feira, 25, na inauguração do Instituto Vladimir Herzog na Cinemateca em São Paulo. Idealizada por Ivo Herzog, filho mais velho de Vladimir Herzog, a entidade vai reunir documentos, texto e fotos sobre a história do jornalista e será a principal fonte de pesquisa sobre o tema.

Parte do acervo do Instituto foi doada pela Fundação Padre Anchieta, que mantém a TV Cultura, onde Vladimir Herzog foi diretor. Foram recuperados mais de mil slides entre fotos de família e pesquisas para os trabalhos como cineasta. A entidade será gerida por um conselho formado por familiares de Vlado, representantes do Sindicado dos Jornalistas e personalidades como Audálio Dantas, Hélio Bicudo e Caco Barcellos.

“É um instituto voltado para o futuro, aliás o Vladimir Herzog era um homem voltado para o futuro. Era um homem de mídia, um homem de cultura, um batalhador, um homem afável, um homem arrojado. Homenagear a sua memória tem um significado muito especial para nós”, disse José Serra na cerimônia. 

Na ocasião, o governador também homenageou o rabino Henry Sobel, o cardeal dom Paulo Evaristo Arns e o pastor James Wright (1927-1999) que fizeram um culto em memória de Herzog seis dias depois da sua morte nos porões do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).

A programação da inauguração do Instituto terá cerimônias entre sexta-feira, 26, e domingo, 28. No cronograma, estão previstas as exibições do filme “Doramundo”, cujo roteiro pertence a Herzog, e do documentário “Vlado, 30 anos depois”. Completam a programação uma mesa redonda com os jornalistas Caco Barcellos, Zuenir Ventura e Ricardo Kotscho.

A criação do Instituto Vladimir Herzog obteve apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Sindicato dos Jornalistas e Comissão de Justiça e Paz.

Vladimir Herzog
Nascido na ex-Iugoslávia (hoje Croácia), Herzog era jornalista, fotógrafo, cineasta e professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Fervoroso combatente da ditadura, Vlado foi torturado e encontrado morto por enforcamento. As autoridades alegaram suicídio, mas a sociedade brasileira concorda que a morte se deu por conta das sessões de tortura pela qual o jornalista passou.

Indenizações
A Secretaria da Justiça de São Paulo mantém uma comissão especial para indenizar famílias de ex-presos políticos. Até hoje, 2.102 processos foram protocolados e 1.925 deles analisados. Destes, 1.379 já receberam pagamento – o que corresponde a mais de R$ 33 milhões em indenizações no período compreendido entre dezembro de 2002 e março de 2009.