O governo do Estado iniciou na manhã de hoje uma ação de envergadura contra o comércio ilegal de peças de automóveis na capital, em estabelecimentos na avenida Ricardo Jafet, no Ipiranga, zona sul, e Pires do Rio, na Vila Carrão, zona leste. Foram mobilizados 260 policiais militares e civis, além de 60 agentes da secretaria estadual da Fazenda e 20 Guardas Metropolitanos.
O governador José Serra compareceu a um dos locais da operação, na avenida Ricardo Jafet. Serra informou que a fiscalização irá apreender as mercadorias de todos os estabelecimentos que não puderem justificá-las com notas fiscais. Aqueles estabelecimentos que não têm alvará de funcionamento – como os fiscais puderam apurar em diversos casos — serão fechados e emparedados. “Muitas alimentam o tráfico dos carros roubados na capital”, ressaltou o governador. “Trata-se de quebrar o circuito aberto pelos carros roubados, que inclusive levam a assalto a mão armada e morte, em certas circunstâncias, e nós temos que obstruir toda comercialização do fruto do roubo”.
“O objetivo é atacar os desmanches que são feitos na cidade em razão dos carros roubados. Então aqui, todas as mercadorias que não têm nota ou estão em situação irregular serão apreendidas e farão parte do processo que aberto para descobrir a procedência”, disse.
A operação deve apresentar seus frutos mais importantes nos próximos dias, depois que os fiscais realizarem um trabalho de conferir peças em exposição e notas fiscais. A vistoria começou em 12 estabelecimentos na zona leste e oito na zona sul. Para fugir da polícia, muitos estabelecimentos amanheceram de portas fechadas. Mas isso não vai adiantar. Um dos delegados presentes, hoje, anotava o endereço de quem fechou as portas ontem – para que as lojas sejam vistoriadas nos próximos dias.
Segundo o secretário de Segurança Pública, Ronaldo Augusto Bretas Marzagão, devem ser apreendidos nos desmanches da Ricardo Jafet mais de dez caminhões com peças de origem duvidosa.
O secretário fez questão de lembrar que o cidadão que compra essas peças de origem duvidosa pode cometer o crime de receptação.
André Muniz
