Serra inaugura piscinões de Ford e Oratório em São Bernardo do Campo

Investimento em obras de retenção de água supera R$ 230 milhões

qua, 11/04/2007 - 18h56 | Do Portal do Governo

O governador José Serra inaugurou na tarde desta quarta-feira, 11, os reservatórios de retenção de água (piscinões) de Ford e Oratório, em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo. As obras representam investimentos de R$ 35,2 milhões e fazem parte do Programa de Combate às Inundações. A capacidade de armazenamento dos dois reservatórios é de 660 mil metros cúbicos. 

“Essa inauguração é mais um passo para amenizar o problema das enchentes na grande São Paulo”, disse o governador ao lembrar que a região é uma das principais vítimas de fortes chuvas no estado. “Estamos muito empenhados no enfrentamento dessas questões, inclusive colocando a Sabesp para fazer um trabalho da recuperação do córrego, o que é um fato inédito aqui em São Paulo”, completou. 

“Sabemos que o senhor veio aqui hoje para inaugurar o piscinão, mas ele já ajudou a conter as chuvas de janeiro, fevereiro e março”, lembrou William Dib, prefeito de São Bernardo do Campo, que cedeu o terreno do piscinão Ford. O prefeito foi otimista ao citar o calendário de inauguração de reservatórios de retenção na região do ABC: “Tenho certeza de que, com a inauguração dos próximos piscinões, teremos a solução definitiva para as enchentes da Via Anchieta”. 

O piscinão Ford, na região de Ribeirão dos Couros, em São Bernardo do Campo, tem capacidade para até 340 mil metros cúbicos de água. A obra foi concluída em março deste ano e o custo chegou a R$ 17,5 milhões. O sistema de esvaziamento funciona através do emprego de bombas elétricas e comportas. Cerca de 50 mil pessoas serão beneficiadas. Entre elas, os moradores do Jardim São Caetano, da Vila Belvedere e do bairro São José, em São Caetano do Sul, e os moradores da região da travessia do Ribeirão dos Couros sob a ponte da rodovia Anchieta na altura do quilômetro 13, além das áreas industriais da Ford e da Bombril, em São Bernardo. 

Para a construção do piscinão Ford, o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) firmou acordo com o Ministério Público a fim de garantir a preservação de uma parte da antiga chácara Lauro Gomes, terreno onde se localiza o reservatório. O acordo incluiu o plantio de mais de mil mudas de árvores em área adjacente ao piscinão. As espécies foram escolhidas em conformidade com a vegetação nativa da área. 

Com capacidade de 320 mil metros cúbicos, o reservatório de retenção de Oratório custou R$ 17,7 milhões. Ele foi concluído em março de 2007 e livra mais de 100 mil pessoas do risco de terem as casas inundadas (Jardim Adutora, Jardim Alzira e Vila Mendes, em São Paulo, e Jardim Maravilha, Jardim Utinga e Vila Cosmópolis, em Santo André). Os terrenos foram cedidos pelas prefeituras de São Paulo e Santo André. O sistema de esvaziamento do piscinão de Oratório é por meio da gravidade. 

As duas obras foram realizadas pelo DAEE. “A construção dos piscinões é uma conseqüência da falta de planejamento na ocupação do solo, mas existe enorme dificuldade em localizar áreas para os reservatórios”, não esconde a secretária de saneamento e energia, Dilma Seli Pena. 

Os dois novos piscinões aumentam em 22% a capacidade de retenção de água das bacias do Ribeirão dos Couros e do córrego Oratório. De acordo com o diretor de engenharia e obras do DAEE, Ubirajara Tannuri Felix, “a expectativa é reduzir o risco de alagamento da Anchieta para apenas uma ou duas em cada dez ocorrências de chuva”. 

A região metropolitana de São Paulo conta com 38 piscinões. O investimento total até agora é de R$ 230,17 milhões. No dia 5 deste mês o governador José Serra lançou o edital de licitação do piscinão de Taboão, localizado na divisa de São Bernardo do Campo com Diadema. Seu volume será de 180 mil metros cúbicos e vai beneficiar cerca de 100 mil habitantes de São Bernardo (Vila Esther, Jardim Maravilha e Jardim Vera Lúcia) e Diadema (Vila Santa Luzia, Vila Irene e travessia da avenida 31 de Março). O valor da obra, que terá sistema de esvaziamento por bombas elétricas e comportas, é de R$ 14 milhões. Caso não haja questionamentos quanto à licença ambiental, a previsão do início dos trabalhos está marcada para o mês de setembro. Sua conclusão deverá ocorrer em 18 meses. O piscinão vai reter o curso de água do córrego Taboão, entre as ruas Polônia e Birmânia. 

Manoel Schlindwein