Serra inaugura laboratório para pesquisas do setor sucroalcooleiro

Unidade entregue pelo governador vai contribuir para manter o estado de São Paulo como maior produtor de açúcar e álcool do Brasil.

sáb, 02/06/2007 - 14h26 | Do Portal do Governo

Seis meses depois de assumir o governo de São Paulo, José Serra inaugurou na tarde desta sexta-feira, 1º, em Fernandópolis, no noroeste do Estado, o primeiro laboratório de química do país criado com objetivo de atender o setor sucroalcooleiro na ETE (Escola Técnica Estadual) da cidade.

Trata-se de um espaço destinado especialmente ao estudo da química sucroalcooleira que passa a ser usado para pesquisas do curso tecnológico. A unidade entregue pelo governador vai contribuir para manter São Paulo como maior produtor de açúcar e álcool do Brasil. Hoje, o Estado é responsável por 72,4% das exportações brasileiras do setor. Somente em 2006 foram US$ 5,65 bilhões em vendas externas.

Serra aproveitou a ocasião para anunciar o projeto do governo paulista de ampliar a rede de ETEs e Fatecs (Faculdade de Tecnologia) em todo Estado. Ameta é criar, somente para o ensino técnico, 80 mil vagas nos próximos quatro anos e outras 20 mil novas vagas nas Fatecs. “Vamos não apenas aumentar o número, mas queremos melhorar a qualidade de ensino”, observou o governador. “Isso significa mais emprego, mais eficiência para atividade econômica em São Paulo”, disse Serra.

Serra lembrou que a política econômica do país, com altas taxas de juros e dólar em baixa, não tem ajudado a criar novos postos de trabalho. Segundo ele, a prática não auxilia a produção no Brasil. “Na medida em que as empresas sabem que há pessoas qualificadas, elas contratam mais e isso serve para diminuir os índices do desemprego”, comparou. “A obrigação do poder público é exatamente essa: corrigir distorções existentes entre demanda e procura por mão de obra”, avaliou o governador.

“Não há nada mais importante para a população brasileira que o emprego. Não sou contra, sou a favor dessas bolsas auxilio, mas a gente sabe que o fundamental é ter renda na família, por uma questão de dignidade”, comentou José Serra.

Reforma

A reforma da ETE de Fernandópolis incluiu a restauração do projeto arquitetônico original do prédio, construído pelo arquiteto Vilanova Artigas e tombado como patrimônio histórico do município. O trabalho teve a anuência do Condephat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico e Artístico). Também foram executadas obras de acessibilidade para deficientes, o que incluiu a adaptação de salas e sanitários.

O governo gastou R$ 288.756,83 em móveis e equipamentos e R$ 147.341,43 na adaptação para montagem dos laboratórios, além de novas instalações elétricas e pintura. Em julho deste ano, o governo estadual deve dar inicio à segunda etapa das obras, com investimento estimado em R$ 300 mil.

Os novos laboratórios foram montados a partir de uma parceria com um grupo de usinas. Eles foram responsáveis pela aquisição de equipamentos no valor de R$ 250 mil. Foram adquiridas balanças eletrônicas de precisão, refratômetros, sacarímetros, microscópios de alta precisão, destiladores, autoclaves, fornos sofisticados, estufas e espectofotômetros. Com as aquisições, o curso técnico criado em janeiro deste ano passa a ser referência na área.

A ETE de Fernandópolis oferece cursos técnicos de administração (120 alunos), informática (160), secretariado (80) e açúcar e álcool (80). O curso técnico de sucroalcooleiro está na lista dos dez mais disputados do Estado. A relação candidato vaga é de 11,7 por um. São 80 vagas: 40 alunos no período vespertino e 40 no noturno. A carga horária do curso é de 2 mil horas, divididas em quatro módulos.

Assim que formado, um técnico sucroalcooleiro pode trabalhar em laboratórios de pesquisa, usinas de açúcar e álcool e destilarias. Ele faz o meio de campo entre engenheiros químicos e operadores da produção de álcool.

Cleber Mata / Manoel Schlindwein