Sentenciados promovem ação de compensação ambiental em Jundiaí

Em regime semiaberto, Secretaria de Administração Penitenciária oferece uma oportunidade de trabalho a reeducandos

sex, 18/05/2018 - 19h15 | Do Portal do Governo

Mais de 16 mil m² no município de Jundiaí estão recebendo compensação ambiental em áreas urbanas por meio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SAP). A iniciativa, que ocorre desde o início de abril, vem sendo executada por cerca de 10 sentenciados da Ala de Progressão da Penitenciária “Mario de Moura e Albuquerque”, de Franco da Rocha I.

A restauração ambiental no local acontece devido à construção do Centro de Detenção Provisória (CDP) no município, inaugurado em setembro de 2010. Na ação, foram utilizadas aproximadamente 3,6 mil mudas de diferentes espécies de árvores nativas da Mata Atlântica, sendo muitas delas ameaçadas de extinção.

Parte do plantio foi efetuada no entorno do próprio CDP, enquanto a maioria das mudas foram colocadas no loteamento Parque Cidade Jardim, no bairro Rio das Pedras, seguindo indicação da prefeitura. Com esse trabalho, além de trazer benefícios à sentença e à reinserção dos reeducandos, pode provocar melhorias ao solo e aos moradores locais.

Para Marco Aurélio Cardoso de Almeida, diretor da penitenciária de Franco da Rocha I, esses postos de trabalho permitem que os condenados em regime semiaberto redimam um dia de sentença a cada três dias de atividade. “Ter a oportunidade de trabalhar em contato com a terra é algo que vem ao encontro com os princípios da reinserção do homem preso à sociedade”, afirma.

Na prática

O trabalho de compensação ambiental não permitiu apenas criar uma interação com a natureza. Muitos moradores da região receberam bem o projeto e despertaram entusiasmo dos sentenciados.

“Fomos bem recebidos e até parabenizados pelo nosso trabalho. Sabemos que erramos no passado, mas estamos repensando nossos erros e diante da boa aceitação dos vizinhos ao parque vemos que nada está perdido, ainda temos valor para a sociedade”, conta um dos envolvidos, J.F.S.

Tanto é que os moradores se interessaram e contemplaram o projeto desde o início. É notório, portanto, que muitos sentenciados enxergam esse trabalho como uma terapia, sobretudo por ver os bons resultados do esforço em grupo.