Secretário defende desocupação pacífica da reitoria da USP

Marrey recebeu na noite desta quinta-feira, 24, uma comissão de alunos que representam o movimento grevista

sex, 25/05/2007 - 11h32 | Do Portal do Governo

O secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania, Luiz Antonio Marrey, defendeu na noite desta quinta-feira, 24, a desocupação pacífica da reitoria da Universidade de São Paulo (USP). Ele recebeu, na sede da secretaria, na região central da capital, uma comissão de alunos que representam o movimento grevista. A iniciativa revela a disposição do Governo do Estado em dialogar para tentar solucionar o impasse da melhor forma possível.

“Nós estamos tentando encontrar uma forma de garantir a desocupação pacífica e de poder ouvir as opiniões e as reivindicações dos estudantes”, disse Marrey na saída da reunião. “Todas as pessoas de boa vontade têm que lutar para encontrar soluções pacíficas.”

Marrey, entretanto, ressaltou que a ordem da Justiça de reintegração de posse deverá ser cumprida, mais cedo ou mais tarde. Em sua visão, a saída dos estudantes sem a necessidade do uso da força policial representaria um grande gesto no sentido de avançar as negociações. “Nós podemos verificar a melhor forma de fazê-lo, o momento adequado de fazê-lo, mas essa ordem judicial tem que ser cumprida. Ficou aqui o nosso apelo aos estudantes para que continuem a dialogar e desocupem pacificamente a reitoria”, afirmou.

Para o secretário, respeitar as leis e as decisões judiciais é a melhor forma de preservar os alicerces da sociedade democrática. E foi justamente isso que ele tentou explicar aos estudantes. “Nós queremos garantir a paz, mas nós também não deixaremos de cumprir as regras do Estado de direito.”

A reitoria da USP foi ocupada por cerca de 300 alunos no dia 3 de maio. A Justiça decretou a reintegração de posse desde a semana passada. Autonomia O secretário reafirmou a posição do Governo do Estado de que, em nenhum momento, houve qualquer intenção de restringir a autonomia da universidade pública – um dos motivos da greve. “Nós todos defendemos a autonomia da universidade, que é importante e que é constitucional”, disse.

De qualquer modo, Marrey disse que não existe a possibilidade de se revogar os decretos estaduais questionados pelos estudantes. Segundo ele, o Governo está aberto a ouvir sugestões de “aperfeiçoamentos”. “Pode haver equívocos que estamos dispostos a discutir, equívocos de entendimentos. Os decretos serão mantidos, mas nós vamos discutir aperfeiçoamentos. Não há tabu em relação a isto”, salientou.

Reunião  

Uma nova reunião ficou agendada para segunda-feira. As partes envolvidas terão esse prazo para refletir sobre as propostas apresentadas na reunião desta quinta-feira. Também estiveram presentes membros do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) – que intermediou o encontro –, do Ministério Público do Estado de São Paulo, da Defensoria Pública e da Assembléia Legislativa.

Da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania