Secretaria Estadual de Agricultura produz mudas para plantio em áreas de microbacias hidrográficas

Mudas serão produzidas pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral

sex, 09/03/2001 - 14h37 | Do Portal do Governo

O Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), vai destinar mudas para abastecer o Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas, num prazo de 6 anos. Serão aproximadamente 18 milhões de mudas de espécies florestais e frutíferas silvestres, produzidas pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) da SAA, para o plantio em áreas de mata ciliar ou encostas de morros.

Implantado em janeiro do ano passado, o programa tem um orçamento de U$S 124 milhões, resultante de acordo de empréstimo com o BIRD/Banco Mundial. O objetivo desse trabalho é desenvolver ações e implantar tecnologias em 1.500 microbacias para proporcionar o desenvolvimento rural sustentável e melhorar a qualidade de vida do produtor rural. Uma dessas ações é permitir a recuperação florestal de áreas de preservação permanente, matas ciliares e o reflorestamento de áreas degradadas, com espécies florestais nativas.

Cerca de 6 milhões de mudas serão produzidos pelo Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes da Cati, cujo sistema de produção servirá de padrão de referência.

A primeira remessa para plantio em 205 microbacias, já implantadas durante o ano de 2000, está sendo elaborada nas seis unidades de produção de mudas da CATI. Segundo o engenheiro agrônomo Edson Luiz Coutinho, da área de mudas da Coordenadoria, atualmente estão sendo trabalhadas cerca de 50 espécies nativas, de acordo com os grupos de sucessão, preconizados pela pesquisa desse setor. Para as 260 microbacias que serão implantadas este ano, essas unidades produzirão mais dois milhões de mudas, para plantio no próximo ano.

Sistema de Produção

De acordo com engenheiro agrônomo Victor Branco de Araújo, diretor do Núcleo de Produção de Mudas de Tietê, a tecnologia de produção das mudas é baseada na utilização de embalagens plásticas, com capacidade para dois litros de substrato, o que permite que as elas atinjam porte entre 50 cm e 1,5 m no momento do plantio, dependendo da espécie. Para chegar a esse ponto, a semeadura ocorre em tubetes ou em canteiros, sendo depois transplantadas nas embalagens plásticas. Algumas são semeadas diretamente na embalagem de dois litros. Segundo Araújo, as mudas plantadas diretamente dos tubetes, apresentam uma taxa de replantio de até 70%. Já com as transplantadas dos saquinhos, essa taxa de reposição fica entre 15 a 20% apenas.’