Secretaria do Meio Ambiente apresenta mapas temáticos

Mapas serão incorporados pelos órgãos da SMA em suas ações de planejamento e fiscalização

sáb, 13/10/2007 - 16h20 | Do Portal do Governo

O secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, apresentou nesta quarta-feira (10/10) os mapas temáticos elaborados com base no banco de dados científicos do Programa de Pesquisas em Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo – Biota/FAPESP, que serão incorporados pelos órgãos da SMA em suas ações de planejamento e fiscalização.

Segundo Graziano, “os órgãos ambientais passarão a dispor de dados atualizados que permitirão indicar as áreas prioritárias para conservação e criação de corredores ecológicos, além de estabelecer prioridades nas ações da Polícia Ambiental”, informou. Graziano adiantou também que está sendo providenciada a compilação dos mapas temáticos e mapas-síntese em livro a ser lançado no primeiro semestre de 2008.

Os mapas foram elaborados a partir de mais de 200 mil registros de 10.491 espécies da fauna e flora nativas, além de dados de paisagem e do meio físico, e envolveu cerca de 160 pesquisadores de instituições como os Institutos de Botânica e Florestal, e Fundação Florestal, da SMA, e as universidades estaduais USP, UNICAMP, UNESP, além do LEPAC/USP – Laboratório de Ecologia da Paisagem e Conservação e de organizações não-governamentais como a CRIA- Centro de Referência e Informação Ambiental e a Conservação Internacional.

No entender dos técnicos da SMA, as políticas conservacionistas no Estado de São Paulo se destacam por dispor de informações científicas consolidadas no banco de dados do Programa Biota-FAPESP, como os mapas temáticos sobre os grupos biológicos e os mapas síntese com as análises métricas de paisagem, mensurando a extensão dos fragmentos de mata.

“Há um ganho evidente na gestão dos recursos naturais”, explicou Graziano, apontando as inúmeras possibilidades de aplicação dos mapas temáticos, como a indicação de áreas a ser adquiridas pelo Estado para conservação da biodiversidade, para a criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral ou de Uso Sustentável, usando inclusive recursos de compensação ambiental; indicação de áreas para conservação da biodiversidade, na forma de Reserva Legal – RL ou Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN; indicação de áreas prioritárias para realização de pesquisas; e indicação de áreas prioritárias para restauração de matas ciliares, restabelecendo corredores ecológicos interligando os fragmentos florestais remanescentes na paisagem.

E complementou: “Os documentos podem também, subsidiar a elaboração de projetos de conservação e de recuperação de áreas degradadas, apontar as regiões onde devem ser reforçadas ações de fiscalização e de educação ambiental, facilitar a seleção de áreas para compensação ambiental e apoiar, com dados atualizados, as atividades de licenciamento de empreendimentos, facilitando a proteção das áreas mais ricas em biodiversidade”.

Ricardo Ribeiro Rodrigues, professor da ESALQ-USP e coordenador do Programa Biota-FAPESP, iniciado em 1999, lembrou que o Biota se constituiu “no mais ambicioso programa sobre biodiversidade já desenvolvido no Brasil”. “Hoje, após oito anos, o programa desenvolvido com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado – FAPESP, contabiliza a identificação de 500 novas espécies de plantas e animais, denotando a riqueza da biodiversidade no Estado de São Paulo. Esse é o resultado de um projeto coletivo que envolveu cerca de mil pesquisadores, porém vale ressaltar que a SMA contribuiu significativamente para a obtenção desses resultados”, afirmou. Quanto à iniciativa da Secretaria do Meio Ambiente, Rodrigues enfatizou que “essa metodologia de utilização de dados biológicos para a alocação dos espaços e criação de políticas públicas é inédita no Brasil”.

Os mapas temáticos podem ser acessados na internet pelo endereço http://ecologia.ib.usp.br/lepac/if

Wanda Carrilho

Da Secretaria do Meio Ambiente

(L.M.)