Neste sábado, dia 5 de fevereiro, às 15 horas, no Largo da Matriz de
Nossa Senhora do Ó, no bairro da Freguesia do Ó, será lançado mais um museu
itinerante da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.
No local, painéis de dupla face mostrarão um pouco da história do bairro por
meio de fotos antigas, documentos e relatos de imigrantes e seus
ascendentes. A idéia da criação dos museus de bairro surgiu em 1997, com o
objetivo de resgatar a história dos bairros paulistanos tendo o apoio da
própria população residente.
‘ Ao convidar a população para relatar suas memórias e abrir velhos baús e
álbuns de fotografia, cria-se um importante processo de reflexão e
discussão da importância da preservação do patrimônio histórico da cidade.
Inspirado em iniciativas de décadas passadas, o Museu de Bairro pretende
estabelecer vínculos com a comunidade à qual se refere’, comenta o
secretário da Cultura, Marcos Mendonça.
A Freguesia do Ó é um dos bairros mais antigos de São Paulo, fundado no ano
de 1580 pelo bandeirante Manuel Preto. Considerado o ‘cinturão caipira’ da
cidade, até a década de 50 abrigava chácaras e sítios em sua maioria. Ali
eram engarrafadas as famosas ‘caninhas do ó’, com seu período aúreo nas
primeiras décadas do século.
Por estar localizado do outro lado do rio Tietê, isolado do restante da
cidade até meados dos anos 50, quando foram construídas as primeiras pontes
de concreto, desenvolveu sua história em meio a inúmeras peculiaridades que
serão mostradas no Museu, como o desenvolvimento de uma linguagem capira
que é utilizada até hoje: nhá, nhô, ao invés de sr. ou sra, entre outras.
No século XV a região era a rota obrigatória dos garimpeiros que se
dirigiam ao Pico do Jaraguá, considerado o maior garimpo de ouro encontrado
no país. Aliás, esta rota, segundo mapas datados de 1842, era o único
caminho para Campinas, tendo sido feita em período anterior ao próprio
descobrimento pelos índios. Além disso, pela Freguesia do Ò passaram
grandes viajantes como Hercules Florence, Saint Hillare, Antony Guilemin,
Mawe, Daniel Kideer, entre outros.
Muitas outras histórias serão contadas ao vivo por antigos moradores como é
o caso do Sr. Benedito Luis Ribeiro, conhecido por Sr. Lilico e de Dona
Maria Lucia Miseroc, uma das organizadoras da Festa do Divino, uma das mais
expressivas da Capital. Todo o trabalho de pesquisa do Museu foi feito
pelas historiadoras Ana Ligabue e Tania Veiner.
Museu de Bairro – Freguesia do Ó
Data: Sábado, dia 5 de fevereiro
Horário: A partir das 15 horas
Local: Largo da Matriz de N. Sra do Ó – Entrada franca
Até o dia 5 de março, de segunda a domingo, horário livre.
