Uma aposta na qualidade de vida

Empresa Metropolitana de Águas e Energia colabora para promover saúde, cultura e lazer a pessoas com dei ciências mantidas pela Apade

qui, 30/08/2012 - 10h19 | Do Portal do Governo

A Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) mantém parceria com a Associação de Pais e Amigos de Portadores de Deficiência (Apade) desde 2000. A companhia investe R$ 10 mil por mês para manter estrutura clínica, cultural e de lazer para pessoas com diversos tipos de deficiência física ou mental, em sua sede no bairro de Pedreira, extremo sul da capital, na região de Santo Amaro. São dezenas de pessoas atendidas diariamente, a maioria vem de famílias pobres da comunidade local.

Grande parte do pessoal da Apade é portadora de síndrome de Down, há outras que nasceram com vários tipos de retardamento mental, além de deficientes visuais e físicos. Na Emae, eles encontram gratuitamente atendimento psicológico, de fonoaudiologia, de serviço social e participam ainda de oficinas de informática, de artes e até de culinária. A gerente de desenvolvimento de pessoas da Emae, Ana Abelha, informa que a estrutura montada possibilita tratamento adequado para inclusão social. “Tudo que fazemos é para que eles ganhem qualidade de vida”.

A Apade foi criada por funcionários da Eletropaulo em 1989 e, até hoje, recebe contribuições de empresas do setor elétrico do Estado. Com o passar do tempo, a associação cresceu e começou a atender em sua sede no Ipiranga. A gerente informa que a Emae sempre manteve atividades e contatos com a comunidade do bairro e, por isso, resolveu firmar a parceria para trazer a experiência da Apade para suas dependências e prestar mais um serviço à vizinhança.

A empresa fornece o espaço e os profissionais da associação prestam o atendimento. As atividades para pessoas com deficiências, informa Ana Abelha, vão de segunda a quinta-feira. Na segunda, o serviço oferecido é de fonoaudiologia. Na terça, culinária. Às quartas, psicologia, informática e artes. Na quinta-feira, novamente psicologia. Mais duas funcionárias da Emae trabalham no projeto: Ana Lúcia Maffei e Eliana Gomes Castellana

Sorrisos e talentos

Há vários níveis de deficiência entre aqueles com retardamento mental ou síndrome de Down. Alguns não falam bem, outros conversam, mas não conseguem se alfabetizar direito. E há também aqueles que se expressam bem, leem e escrevem. Quem cuida do atendimento psicológico é Iara dos Reis, da Apade. Ela diz que alguns deles mostram talentos artísticos ou manuais, como um rapaz que gosta de tocar violão. Há outros dois que praticam futebol de salão em um clube. Um garoto é tão bom de ouvido que reconhece a pessoa pelo telefone. O caso mais curioso é o de Camyla Santos Silva, de 21 anos, que tem retardamento mental. A psicóloga explica que ela não consegue se alfabetizar, embora fale com desenvoltura, é capaz de escrever um texto como se desenhasse as palavras, mas não sabe ler. Mesmo assim, Camyla encontrou uma forma de mostrar sua habilidade manual. Aprendeu sozinha a fazer bijuterias (colar, pulseira e brinco) usando linhas de náilon, silicone e miçangas.

Há duas pessoas que mostraram evolução em seu retardamento e hoje ajudam nos trabalhos internos da Emae. Um rapaz com ligeira deficiência visual e motora é auxiliar de atendimento. E uma garota, com leve retardamento mental, trabalha no Departamento de Recursos Humanos da companhia.

Portadores de síndrome de Down e de outras formas de retardamento mental geralmente são sorridentes, solícitos e educados. A garotada da Emae é alegre e jovial quando recebe visitas. Fazem fila para cumprimentar as pessoas e o tradicional beijinho no rosto. As gêmeas Miriã e Rebeca (22 anos) e Diego Alves Oliveira (18) são assim, sempre os mais alegres da turma. Porém, as gêmeas têm falhas na dicção e não conseguem se comunicar pela fala. O problema das meninas é chamado de anóxia, falta de oxigênio ao nascer, o que causa lesão cerebral. Já Diego, com nível menor de retardamento, se expressa bem, e acha “muito legal” se reunir com seus amigos na Emae.

No ano passado, o posto da Apade na Emae realizou 1.208 atendimentos em fonoaudiologia, 528 em psicologia e 454 em serviço social. Nos cursos e oficinas, em que a pessoa participa mais de uma vez, houve 720 frequências em artes, 720 em música e movimento, 544 em artesanato e 56 na horta.

Da Agência Imprensa Oficial