Alô, enfermeiro!

Uma voz amiga para usuários do Icesp

sáb, 21/07/2012 - 11h11 | Do Portal do Governo

Enfermeiros realizam atendimento telefônico, 24 horas por dia, para esclarecer dúvidas de pacientes oncológicos tratados no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). O serviço Alô, Enfermeiro recebe cerca de 2,5 mil ligações por mês. Desse total, 90% dos questionamentos são esclarecidos pelo telefone. Com isso, evita-se o deslocamento desnecessário ao Instituto. Apenas 7% dos casos exigem a ida ao Icesp para orientação médica.

Sessenta por cento das chamadas relacionam-se a dúvidas sobre os sintomas que surgem nos dias seguintes à aplicação da quimioterapia, como diarreia, febre, queda de cabelo, fadiga, náusea e calor excessivo. Os usuários também indagam sobre assuntos relacionados às atividades cotidianas: se é permitido depilar-se ou fazer a barba, qual é a alimentação adequada durante o tratamento e a forma de ingestão das medicações prescritas, por exemplo.

No restante das ligações (40%), o paciente quer saber resultado de exame de sangue (realizado após quimioterapia) e acertos de agendamento de quimioterapia e radioterapia. Ele também usa o serviço telefônico para instrução sobre troca de curativo e manuseio correto de dreno com sonda em casos pós-cirúrgicos.

Ramal móvel

Daniela Vivas dos Santos, gerente de enfermagem do Icesp e
responsável do Alô, Enfermeiro, explica que o serviço foi criado em maio de 2008 para esclarecer as dúvidas acima, que surgem após o retorno à residência: “Não se trata de um serviço de call center. O enfermeiro, responsável pelo atendimento telefônico, é o mesmo que atende o doente no consultório presencial. Assim, criam-se vínculos e uma relação de confiança entre o profissional e o paciente”.

Quinze a 20 enfermeiros do Icesp são os responsáveis pelo Alô, Enfermeiro. De acordo com o tipo de câncer, há enfermeiros (das 7 às 19 horas) de plantão no hospital que acompanham o paciente do início ao fim do tratamento. Esses mesmos profissionais, que conhecem o histórico do paciente, fazem o acompanhamento no telefone.

O sistema de ramais é móvel, o que permite atendimento das ligações em qualquer local do hospital. Apenas no período
noturno, ou final de semana e feriado, quando há poucas chamadas, é que as dúvidas são esclarecidas pelos supervisores de enfermagem.

Serviço essencial

No início, o Alô, Enfermeiro funcionava de segunda a sexta-feira, das 7 às 19 horas, depois foi ampliado para atender também nos finais de semana e feriados. Desde dezembro de 2008, recebe as chamadas 24 horas por dia. “Antes do programa, pacientes vinham ao hospital para fazer perguntas simples ou esclarecer dúvidas sobre sintomas que poderiam ser resolvidos pelo telefone. Em outros casos, as pessoas não vinham ao Icesp e ignoravam os sintomas, que se agravavam e exigiam assistência médica. O serviço telefônico é importante porque identifica precocemente o problema, que pode ser solucionado em casa”, frisa a coordenadora Daniela.

Ela diz desconhecer na rede pública serviço telefônico direcionado ao paciente oncológico. No Icesp, o paciente é apresentado ao programa de humanização Alô, Enfermeiro logo no início do tratamento.

“Quando comecei o tratamento, eu estava muito doente e era minha irmã que usava o serviço para tirar dúvidas sobre remédios, alimentação e sintomas após quimioterapia”, conta Samira Fouad Salah, 37 anos, moradora em Campo Limpo, em tratamento de um linfoma no Icesp desde 2010. A partir de dezembro do ano passado, quando retornou ao trabalho e está melhor de saúde, Samira sempre liga para o seu enfermeiro, depois das sessões de quimioterapia, para saber o resultado do exame de sangue e as condições de sua imunidade. “Como não posso me ausentar toda hora do trabalho, o serviço facilita minha vida. Acho essencial. Só vou ao hospital quando ele me diz que estou com a imunidade baixa”, informa Samira.

Da Agência Imprensa Oficial