Saúde reforça importância do combate ao Aedes aegypti

Estado registrou este ano 9.332 casos de dengue, número 98,6% inferior ao ano de 2015, quando houve recorde de infecções

qua, 10/10/2018 - 14h39 | Do Portal do Governo

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, conforme dados informados pelos municípios, o Estado registrou neste ano 9.332 casos de dengue. O número é 98,6% inferior ao ano de 2015, quando houve recorde de infecções. Em 2016 houve 162.947 e, no ano passado, 6.269.

Em relação aos óbitos, até setembro ocorreram seis mortes. Em 2017, foram cinco. Esses números representam 1% do total de 2015, quando houve 510 mortes, e 5% em relação a 2016, com 100 óbitos.

“Contamos com todos para dar continuidade ao enfrentamento às Arboviroses e, assim, aumentar a proteção à população. Essa redução expressiva é resultado da intensificação das ações de combates ao Aedes aegypti promovidas pelo governo do Estado e, sobretudo, da colaboração do poder público e da sociedade civil. Não podemos dar trégua ao mosquito”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Marco Antonio Zago.

Conforme diretriz do SUS (Sistema Único de Saúde), o trabalho de campo para combate ao mosquito Aedes aegypti compete primordialmente aos municípios. O Estado presta auxílio por meio de treinamentos técnicos, além de apoio, sempre que necessário, do efetivo da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) para ações de nebulização, entre outras.

O apoio da população é fundamental para evitar focos do mosquito transmissor da dengue, uma vez que cerca de 80% dos criadouros estão em residências.

Sucen

A Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo é responsável pelo controle das questões sanitárias que atingem de forma endêmica a população, como o controle de dengue e de febre amarela, malária, doença de chagas, leishmaniose e esquistossomose.

Os agentes da Sucen auxiliam os municípios nas ações de nebulização para matar o mosquito em fase adulta e eliminação dos criadouros de dengue nas residências. “A utilização de produtos químicos não é suficiente para o controle do mosquito. Para evitar a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya, é fundamental eliminar focos e criadouros”, explica o especialista Dalton Pereira da Fonseca Jr., superintendente da Sucen.

Durante o verão, é preciso redobrar os cuidados com o mosquito. Por ser um período quente e com frequentes pancadas de chuva, a velocidade de reprodução do mosquito é ampliada. Além da dengue, existe o temor pela zika e chikungunya.

O orquidófilo Domingos Astrini tem um criadouro de orquídeas e toma muito cuidado para evitar que o mosquito se prolifere. “Procuro mantê-las num ambiente médio de umidade e hidratação, deixo as plantas em cima de telas, não utilizo pratinhos para não acumular água e tornar o ambiente um criadouro do mosquito”, explica.

Porém, o mosquito da dengue tem evolução rápida e pode sobreviver à todas as estações do ano. Uma pesquisa do Instituto Butantan, unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e um dos maiores centros de pesquisa biomédicas do mundo, constatou que o Aedes Aegypti possui patrimônio genético muito grande e variável mesmo no inverno, época de baixa incidência do inseto.

Por meio de armadilhas, foram coletados os ovos, pupas e larvas do animal em seis áreas distintas. O estudo utilizou o total de 150 fêmeas para o seu desenvolvimento e avaliou as variações genética e morfológica do mosquito, além de ter levado em consideração as questões demográficas de dispersão e evolutivas destes insetos em áreas urbanas.

“Percebemos que o patrimônio genético do mosquito é bem rico e dinâmico, ou seja, a espécie tem grande potencial para sofrer alterações. Isso sugere que eles são muito versáteis em explorar novos ambientes e, possivelmente, contornar as nossas tentativas de eliminá-los”, destaca Lincoln Suesdek, pesquisador do Laboratório de Parasitologia do Instituto Butantan e coordenador da pesquisa.