Saúde: Mutirão de cirurgia de câncer de bexiga no HC zera a fila de espera no hospital

Doença é curável em 80% dos pacientes, desde que identificada na fase inicial

seg, 27/03/2006 - 14h56 | Do Portal do Governo

O mutirão de cirurgias de câncer de bexiga realizado na semana passada pela equipe da Divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), deu novas esperanças a 37 pacientes vítimas da doença. Além disso, zerou a fila de espera para esse tipo de procedimento no HC.

A iniciativa mobilizou cem profissionais, entre cirurgiões (docentes da FMUSP), residentes, enfermeiras, instrumentadores, anestesistas e auxiliares. As intervenções foram realizadas simultaneamente em dez salas cirúrgicas. Segundo Miguel Srougi, professor titular da disciplina de Urologia da FMUSP, o câncer de bexiga é altamente letal, mas curável em 80% dos pacientes, desde que identificado em fases iniciais. “Se o doente esperar mais de três meses, as chances de cura caem pela metade”, esclarece o professor acrescentando: “Por isso o empenho em realizar esse mutirão para tratar a doença o quanto antes. É uma ação pontual, mas que salva vidas.”

Medicina digna

Até o mutirão, havia 161 pacientes – com diversos tipos de câncer – na fila de espera para a realização de cirurgias. Dessas pessoas, 41 tinham o problema na bexiga. Três pacientes não foram operados por motivos de ordem clínica e um não foi localizado. De acordo com Srougi, a iniciativa é necessária em virtude da limitação de leitos frente à demanda. Outros mutirões deverão ser realizados para acabar com o sofrimento daqueles cujas expectativas de internação e cura são distantes. “Tratar com rapidez o doente é uma obrigação, se quisermos fazer medicina digna”, afirmou o professor. Outra conseqüência positiva da ação é a obtenção de materiais e dados para futuras pesquisas científicas. Nesse mutirão foi coletado material para cinco projetos de pesquisa.

O procedimento amplia também o uso dos centros cirúrgicos, visto que nos finais de semana não são realizadas cirurgias não-urgentes.

Da Agência Imprensa Oficial

J.C.