Saúde inicia procedimento de doação de óvulos no Hospital Pérola Byington

Iniciativa reduzirá tempo de espera para no Programa de Reprodução Assistida

ter, 05/08/2008 - 9h58 | Do Portal do Governo

A Secretaria de Estado da Saúde inicia fase inédita do Programa de Reprodução Assistida, realizado no Hospital Estadual Pérola Byington: a doação de óvulos. Destinada a ajudar mulheres com mais de 40 anos que apresentam dificuldades para ovular, a medida diminuirá o tempo de espera para participação no programa. Batizado de Doação Compartilhada, o procedimento é inédito em hospitais públicos no Estado de São Paulo.

Por ser o único hospital do Brasil a oferecer tratamento contra a infertilidade totalmente gratuito, o Pérola Byington é procurado por mulheres de todas as regiões do País que nutrem o sonho de engravidar, mas encontram dificuldade para fazer isso naturalmente. Resultado: atualmente, mais de mil pacientes aguardam na fila. Espera que pode chegar a quatro anos.

O processo para permitir que o espermatozóide se una ao óvulo começa bem antes da doação em si. Faz-se um cadastro das pacientes com menos de 35 anos que aguardam na fila e estariam dispostas a doar seus óvulos. A partir daí, busca-se entre as pacientes cadastradas uma que tenha o mesmo tipo físico e sangüíneo da doadora. Estabelecido o pareamento, as duas pacientes passam por exames para identificar a presença de doenças como HIV, hepatite e sífilis, além de problemas genéticos graves. As candidatas a mamães também passam por avaliações psicológicas.

Depois dos exames, inicia-se o uso de medicação para aumentar as chances de sucesso. As doadoras começam a tomar hormônios para estimular os ovários e, assim, produzir maior número de óvulos aproveitáveis. As receptoras passam a tomar hormônios para estimular a formação do endométrio (mucosa que recobre a face interna do útero) e, dessa forma, facilitar a recepção do embrião. Assim que os hormônios fazem efeito, os óvulos são retirados, fecundados com o sêmen do pai e reinseridos na receptora.

Anonimato – “Esse tipo de doação é vantajoso para todas as participantes do programa. Quem recebe tem a oportunidade de driblar a deficiência na produção de óvulos e dar início a uma gestação. Quem doa, diminui o tempo de espera na fila e inicia junto com a receptora o processo de fertilização in vitro”, afirma a diretora do Departamento de Infertilidade Conjugal, doutora Nilca Donadio.

O Hospital Pérola Byington se prepara desde o ano passado para realizar o procedimento. Para isso, foram criados ambulatórios específicos para atender doadoras e receptoras separadamente e garantir que não entrem em contato umas com as outras. A medida visa a garantir o anonimato que a situação exige.

“Nos cinco primeiros meses acreditamos que teremos capacidade de fazer cerca de 20 procedimentos, mas nossa intenção é aumentar esse número com o tempo”, afirma a doutora Nilca. Das mil mulheres que aguardam para participar do programa de reprodução assistida da unidade, cerca de 400 são possíveis candidatas a receber óvulos, em razão da idade. Cerca de 30 pacientes se candidataram a doar seus óvulos.

SERVIÇO

Hospital Pérola Byington

Avenida Brigadeiro Luis Antônio, 683 – São Paulo

Da Secretaria da Saúde

(M.C.)