Saúde inicia campanha de vacinação contra hepatite B

Medicação pode ser tomada até o dia 31

sex, 09/01/2009 - 9h10 | Do Portal do Governo

Até o dia 31 de janeiro, os postos de saúde de todos os municípios paulistas oferecerão vacina contra a hepatite B para crianças e jovens de 0 a 19 anos. A meta da campanha da Secretaria de Estado da Saúde, que começou no dia 5, é imunizar 2,3 milhões de adolescentes.

A faixa etária de 11 a 14 anos é a que tem menor cobertura da vacina no Estado, com apenas 59% de adesão, seguida pela de 15 a 19 anos, com 64%. O ideal é 90% a 95% de cobertura.

“Os dados são preocupantes porque nessa idade inicia-se a relação sexual, normalmente desprotegida, uma das formas de contágio da doença”, informa o médico Benedito Arantes, da Divisão de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da secretaria. Ele alerta que o jovem não vacinado pode contrair hepatite e outras doenças venéreas.

“A ideia é aproveitar as férias escolares e incentivar o comparecimento do adolescente ao posto de saúde, pois não pode alegar falta de tempo neste período”, acrescenta o médico. Ele conta que a criança, acompanhada dos pais, sempre toma todas as vacinas do calendário. No caso do adolescente, a tarefa não é simples: “Depois dos 11 anos, fica resistente e diz ter medo de injeção”.  

Cirrose e câncer – Para obter a completa e duradoura proteção contra a doença é preciso tomar três doses. A segunda ocorre um mês depois da inicial, e a terceira, após seis meses. “É comum tomar apenas uma dose, achar que já está imunizado e não retornar ao posto”, conta o médico.

Caso se esqueça de tomar as outras duas doses complementares no período indicado, é necessário comparecer à unidade e solicitar a atualização, pois o atraso não compromete a eficácia, recomenda o doutor Benedito. “Apesar de a campanha ser em janeiro, o produto está disponível nos postos o ano todo”, avisa.

“A vacina é a melhor forma de prevenção contra a hepatite B. Por isso é muito importante que os jovens aproveitem as férias escolares para ir ao posto de saúde, mesmo que estejam viajando, porque há unidades de vacinação em todos os municípios”, aconselha Helena Sato, diretora de imunização da pasta da Saúde.

A hepatite B é uma “doença silenciosa” e não apresenta sintomas em 90% dos casos. Entre 5% e 10% das pessoas apresentam comprometimento do fígado, que pode evoluir para cirrose e câncer hepático.

A moléstia é transmitida pela relação sexual sem preservativo, transfusão sanguínea e seringas compartilhadas por usuários de drogas. É comum também a transmissão vertical: mãe grávida transmite o vírus ao recém-nascido no parto e na amamentação.

Milhares de doentes – A hepatite A acomete quem consome água e alimentos contaminados. Icterícia e urina escura são alguns dos sintomas da doença, tratada com vacina em casos especiais. Não oferece risco de morte.

O terceiro tipo, a hepatite C, assim como a B, “é perigosa e muito grave porque o paciente não apresenta sintomas”, alerta o médico Arantes. Semelhante ao vírus B, o contágio é pela relação sexual e transfusão sanguínea. Alguns casos evoluem para cirrose e câncer hepático. Como não há vacina, o doente é tratado com medicamentos de alto custo, mas pode não resistir.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia, a infecção pelo vírus da hepatite B é uma das principais causas de doença hepática crônica no mundo. Estima-se que esse tipo da moléstia, em 2005, atingiu 450 milhões de pessoas em todos os continentes.

No Brasil, dados da Organização Mundial da Saúde revelam a existência  de 6 milhões de doentes, sendo 3 milhões de portadores da hepatite C e os demais, do tipo B.

Viviane Gomes

Da Agência Imprensa Oficial