Nos dias 7 e 8 de abril haverá Jornada de Combate à Hanseníase no anfiteatro do Hospital das Clínicas (HC). As inscrições e o curso são gratuitos. O evento é dirigido a médicos da rede pública, dermatologistas, neurologistas e demais profissionais da área de saúde.
Das 120 vagas, 70 já foram preenchidas até o momento. Médicos que quiserem participar, devem formalizar interesse de cadastro pelo e-mail ceap.ichc@hcnet.usp.br.
Entre os objetivos da jornada estão conscientizar os profissionais de saúde sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, que acomete 45 mil pessoas por ano. “A incidência no Brasil é tão alta que pode ser comparada às ocorrências na África e Ásia”, destaca o diretor-executivo do Instituto Central do HC da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Waldemir Rezende. Ele disse que não há estatísticas sobre a doença no País porque muitas pessoas não procuram o serviço médico para diagnóstico.
Residir em locais com péssimas condições de higiene, como favelas, é um dos fatores que facilitam a proliferação do bacilo de Hansen. O IC e a Divisão de Farmácia do HC desenvolveram o teste de histamina, avaliação semelhante à vacina contra a varíola. É empregado no diagnóstico de lesão de pele para detectar a presença ou ausência do bacilo. O produto existe há mais de 30 anos, entretanto antes era aplicado como uma injeção.
Teoria e prática
Durante a jornada, a farmacêutica Márcia Marin, do IC, detalhará o funcionamento do teste de histamina. Ela criou o tubo capilar (do tamanho de um fio de cabelo) que armazena o produto. Especialistas informarão ainda os principais meios de diagnóstico da doença. “Quando os médicos não conhecem essa anomalia podem confundi-la com outros problemas de pele como manchas ocasionadas por alergia ou sol”, informa o diretor-executivo do IC.
O médico Rezende disse que quando o teste de histamina não é suficiente para confirmar a presença do bacilo, é recomendável que o paciente faça outros exames como eletroneuromiografia (mede a condução do impulso nervoso pelo nervo que provoca a contração muscular), ultrassonografia dos nervos ou biópsia da pele ou nervo superficial afetado.
“É importante divulgar esses métodos para a rede estadual. Com isso, o dermatologista fará diagnóstico precoce, antes que a doença seja irreversível”, afirma o médico Rezende. Quanto mais rápido o tratamento, menores as chances de contaminação e menos seqüelas para o paciente. Em casos mais graves, o doente perde a sensibilidade e pode até ter seus membros amputados.
O curso será dividido em aulas teóricas e práticas. Vinte pacientes do HC farão o teste de histamina durante o curso. O intuito é que haja integração do pessoal do HC com os médicos dos ambulatórios de especialidades da Secretaria da Saúde. Para isso, cada um dos profissionais dessa pasta receberá kits com 50 testes para aplicação nas unidades de saúde. E o neurologista Paulo Marchieri falará sobre a evolução e as formas de contágio da doença.
SERVIÇO
O anfiteatro do Hospital das Clínicas (HC), fica na av. Enéas de Carvalho Aguiar, 255 – Cerqueira César.
Dia 7 a jornada será das 18 às 21 horas e no dia seguinte, das 8 às 12 horas.
Inscrições pelo e-mail ceap.ichc@hcnet.usp.br até o preenchimento das vagas. Informações pelos telefones (11) 3069-6067 e 3069-7127.
Da Agência Imprensa Oficial
