Saúde: HC amplia e melhora serviço de atendimento odontológico

Objetivo é dobrar o número mensal de consultas, para 4 mil, e realizar 2 mil pequenas cirurgias

qua, 15/03/2006 - 13h33 | Do Portal do Governo

Objetivo é dobrar o número mensal de consultas, para 4 mil, e realizar no mesmo período 2 mil pequenas cirurgias

Inovações no Serviço de Odontologia do Hospital das Clínicas (HC) quebram o clima pesado de unidade hospitalar e aumentam a capacidade de atendimento. As paredes ganharam pinturas alegres e os móveis, agora coloridos, têm design moderno. Foram abertos mais três consultórios, e instalados dois leitos para repouso dos pacientes, após procedimentos de maior complexidade. As novas instalações foram inauguradas em fevereiro.

Esse serviço odontológico, que faz parte do Instituto Central (IC) do HC, é o único do País que reúne todas as especialidades num mesmo espaço: dor orofacial, assistência a pessoas com necessidades especiais e bucomaxilofacial.

“Antes da reforma, que começou em março do ano passado, havia oito consultórios com equipamentos ultrapassados, que dificultavam o desempenho do cirurgião dentista e impediam melhor atendimento”, relembra o médico Waldemir Washington Rezende, diretor-executivo do IC.

A unidade realizava mensalmente 2 mil consultas odontológicas, 1,5 mil procedimentos (pequenas cirurgias) e de 10 a 15 cirurgias de maior complexidade. Agora, pretende-se dobrar o número de consultas e possibilitar 2 mil procedimentos. O período de atendimento, que vai das 7 às 15 horas, será estendido até as 18 horas.Recursos – A rede hidráulica e elétrica dos consultórios foi trocada. Além disso, há mobiliário novo e ergonômico, que facilita o trabalho do dentista e oferece comodidade ao paciente. Todas as salas de atendimento médico estão sendo informatizadas para a instalação de prontuários eletrônicos com a ficha clínica e exames dos atendidos. No futuro, a meta é integrar esse sistema a todos os departamentos do HC.

Cinco cirurgiões bucomaxilofacial foram incorporados à equipe. Ao todo, são 22 cirurgiões-dentistas e 19 residentes, graduandos de primeiro e segundo ano. Há ainda a equipe multiprofissional, composta de médicos, fisioterapeuta, nutricionista, assistente social, fonoaudiólogo, psicólogo e terapeuta. Começou a funcionar ainda uma sala para aprimoramento de residentes da área. Nesse espaço, cirurgiões dentistas discutem com os alunos casos como os de pessoas submetidas a cirurgias oncológicas que precisam de próteses obturadoras.

Os recursos para essas mudanças vieram da Secretaria da Saúde (R$ 280 mil). Outros R$ 60 mil resultaram do faturamento dos convênios médicos. Atualmente o IC destina 36 leitos para esse atendimento.Várias especialidades – A diretora da Divisão de Odontologia do IC, médica Maria Paula Peres, diz que a especialidade dor orofacial atende doentes com dores persistentes e atípicas na boca e na face com causas não descobertas por especialistas de outros hospitais. Os profissionais do serviço de odontologia atuam com o Grupo de Dor da Neurologia do HC.

Eles se empenham para o diagnóstico e cura com laser, teens (corrente elétrica para estímulo de reações), medicação e acupuntura. “Em casos complicados, como inflamação de nervos, o paciente é acompanhado por equipe multiprofissional”, informa a diretora. Cerca de 95% dos atendidos têm seus problemas detectados.

Pacientes com necessidades especiais correspondem a 60% da assistência na Odontologia. Nesse grupo estão incluídos indivíduos com doenças terciárias crônicas, como hemofilia, câncer, hipertensão, aids e cardiopatias, portadores de síndrome de Down, paralisia cerebral, pessoas com alterações neurológicas e dependentes de insulina.

“Na atenção odontológica de casos graves não pode haver retardo. Para os internados não existe fila”, enfatiza Rezende. Uma pessoa que faz sessões de quimioterapia e tem infecção nos dentes, por exemplo, é tratada imediatamente. Caso contrário, existe a possibilidade de falecer porque a bactéria pode se espalhar pelo sangue. Rezende ressalta que a assistência dentária é essencial para não complicar o tratamento integral do doente. “Com isso, reduzimos o risco e o custo da internação”, informa.

Dos três consultórios inaugurados, um é dedicado a cirurgias com sedação. Pessoas agitadas e que têm medo de passar pelo procedimento são sedadas com óxido nitroso, gás que tem efeito analgésico.

No bucomaxilofacial, os cuidados são dirigidos a quem passou por traumas faciais e dentários. O setor realiza cirurgias para correção dos maxilares, faz diagnóstico de lesões bucais, tratamento de cistos e tumores benignos.

A portadora de deficiência mental Márcia Lúcia Ramos, 33 anos, mora no Piqueri, zona oeste da capital. Dias depois da inauguração dos novos consultórios, ela tomava anestesia geral para tratar dos dentes. A assistência inclui extração, restauro e limpeza. Sua mãe, Dirce, diz que há três anos Márcia não ia ao dentista, por não deixar que mexessem em sua boca. Ela nasceu com fissura lábio palatino. “A reforma ficou ótima. Eles sempre nos tratam muito bem aqui. Há alguns anos demorava mais, talvez porque o espaço fosse menor”.

Viviane Gomes

Da Agência Imprensa Oficial