Saúde: Evangélicos disputam com católicos ajuda a pacientes terminais

Secretaria finalizou um estudo inédito em todos os seus 60 hospitais espalhados pelo Estado.

ter, 03/01/2006 - 9h36 | Do Portal do Governo

 A Secretaria de Estado da Saúde acaba de finalizar um estudo inédito em todos os seus 60 hospitais espalhados pelo Estado. A pasta mapeou quantos hospitais têm representantes religiosos cadastrados para visita a pacientes e acompanhantes.pasta mapeou quantos hospitais têm representantes religiosos cadastrados para visita a pacientes e acompanhantes.

O resultado mostrou que desde 1998 a participação de representantes evangélicos dobrou nas unidades do Estado, assumindo atualmente 36,6% do total de inscritos.

Este cadastro de representantes religiosos obedece à lei 9.965, de 1998, que obriga a inscrição para acesso a hospitais. Dos 60 hospitais estaduais, 41 têm pelo menos um representante religioso cadastrado. Esta pessoa é “convocada” para amparo a pacientes e acompanhantes, realização de missas, cultos ou reuniões e até mesmo uma conversa informal, caso a pessoa assim deseje.

Nos 41 hospitais com representantes há cadastros de 36 católicos, 26 evangélicos, sete espíritas e dois da Seicho-No-Ie. Ou seja, dos 71 cadastros, 50,7% são católicos, 36,6% são evangélicos, 9,9% são espíritas e 2,8% são da Seixho-No-Ie. Há sete anos, quando as inscrições foram iniciadas, os católicos tinham 30 cadastros (75% do total) e evangélicos tinham 10 cadastros (25% do total).

Os hospitais estaduais têm exemplos pitorescos do aumento da participação dos evangélicos. O Hospital Estadual de Bauru, por exemplo, construiu em fevereiro deste ano um espaço multireligioso, sem cruzes ou imagens de santos, para acolher os representantes. A idéia nasceu pela grande procura dos evangélicos.

Já o Hospital Arnaldo Pezzutti, em Mogi das Cruzes, tem uma capela (católica), três templos evangélicos e um local espírita_ teve de dividir a devoção. No Hospital Ipiranga foi preciso marcar dias específicos para visitas aos pacientes, separando as religiões.

O Hospital Pirajussara, na capital, recebeu há cerca de um ano uma índia que havia sido atropelada. A paciente recebeu índios de sua tribo, que pediram e conseguiram autorização à direção para realizar rezas.

“A convivência entre as religiões é tranqüila, cada religião com seus representantes. Mas a igreja evangélica tem cada vez mais crescido na assistência aos pacientes”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.

Além do crescimento da igreja evangélica, o estudo da Secretaria notou o aumento da Seicho-No-Ie. Com nenhum representante inscrito em 1998, a filosofia atua hoje em dia em dois hospitais.