Saúde: Cirurgia rara para epilepsia chega ao Brasil

Hospital Estadual Brigadeiro é o primeiro da América do Sul a adotar técnica de implante cerebral de eletrodos profundos

dom, 03/09/2006 - 18h47 | Do Portal do Governo

Um novo e moderno tipo de cirurgia para epilepsia acaba de chegar ao Brasil. O Hospital Estadual Brigadeiro, da Secretaria de Estado de Saúde, é o primeiro da América do Sul a oferecer a técnica de implante cerebral de eletrodos profundos em portadores da doença.

As duas primeiras cirurgias com a nova técnica, realizadas neste mês pelo hospital, foram consideradas um sucesso. Os pacientes, uma mulher de 32 anos e um garoto de 18, ambos com quadros epiléticos graves, se recuperam bem e não tiveram novas crises. Uma cirurgia dessa feita em países como os Estados Unidos, por exemplo, custaria cerca de US$ 30 mil ou R$ 64 mil.

O implante de eletrodos profundos é usado para a estimulação elétrica das regiões cerebrais, sem necessidade de cortes ou remoções. A técnica, recomendada para epilepsias de difícil controle, utiliza eletrodos monitorados por telemetria, o que permite modificar a potência da estimulação cerebral no acompanhamento pós-cirúrgico.

“Trata-se de uma revolução no tratamento da epilepsia, que vai beneficiar principalmente pacientes graves que não responderam ao tratamento com remédios ou a cirurgias convencionais”, afirma a diretor do Brigadeiro, Zeni Tolói. Segundo ela a expectativa é realizar anualmente 10 cirurgias com a utilização da nova técnica, o que representa investimento de R$ 640 mil.

Considerado referência no tratamento da epilepsia, o Hospital Estadual Brigadeiro operou cerca de 1.500 portadores da doença nos últimos 10 anos. Além de cirurgias resectivas e desconectivas, a unidade oferece técnicas como implante de eletrodos subdurais (abaixo da membrana que envolve o cérebro) e é o único hospital público do país a realizar rotineiramente o implante de eletrodos vagais (colocados no pescoço do paciente).

No Brasil, a epilepsia atinge 1,3% da população. Em cerca de 80% dos casos os pacientes podem ser controlados com medicação e acompanhamento médico adequado.

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Saúde