Saúde: Banco Mundial aprova modelo de gestão hospitalar de São Paulo

Gerard Martin LaForgia esteve em São Paulo para apresentar estudo sobre o sistema de gestão de hospitais com OSS

qua, 15/02/2006 - 16h23 | Do Portal do Governo

‘Brasil deve se aprofundar e difundir sistema paulista para outros Estados’, disse La Forgia

O representante do Banco Mundial, Gerard Martin LaForgia (conhecido como Jerry LaForgia), esteve presente, em São Paulo, no dia 10 de fevereiro para apresentar estudo sobre o sistema de gestão de hospitais com Organizações Sociais de Saúde (OSS). A entidade internacional é considerada uma das principais fontes de assistência para o desenvolvimento no mundo.

La Forgia, especialista em Saúde do Departamento de Desenvolvimento Humano do Banco Mundial, esteve acompanhado de especialistas da Fundação Oswaldo Cruz e Universidade de São Paulo (USP). O encontro ocorreu no auditório Doutor Luiz Musolino, na sede da Secretaria de Estado da Saúde, na capital paulista.

Balanço comparativo da Secretaria de Estado de Saúde revela que essas unidades tiveram, em 2004, custo médio de internação 25,1% menor do que as unidades de administração direta, embora tenham internado 43,2% mais pacientes. O levantamento reuniu 13 hospitais gerenciados por organizações sociais e outros 13 da administração direta com perfis. níveis de complexidade, número de leitos, plantas físicas e orçamentos semelhantes.

O valor médio de cada internação nas OSS em 2004 foi de R$ 2.589 ante R$ 3.455 nos hospitais gerenciados diretamente pelo governo do Estado. Além disso, as unidades geridas por essas entidades internaram 159 mil pacientes no período analisado, frente as 111 mil internações nos hospitais de administração direta.

Para LaForgia, “o Brasil deve se aprofundar e difundir o modelo paulista para outros Estados. As OSS são bom modelo para hospitais novos”. Bernard Couttolenc, da USP, concorda com o representante da OMS e complementa: “Os hospitais que trabalham por administração direta tendem a ser menos eficientes do que os que trabalham por administração indireta. As OSS têm um sistema de controle, de monitoramento e de avaliação mais eficiente, já que a remuneração é feita com base em metas e na produtividade”.

Aceitação

Outro estudo revelou que o índice médio de aprovação dos hospitais gerenciados por OSS é de 95% entre pacientes e usuários. A pesquisa, realizada em 2003, ouviu aproximadamente 8 mil pessoas e revelou que os usuários mostram-se plenamente satisfeitos com itens relacionados à segurança, limpeza, refeições e com a educação dos funcionários.

Estados como Pará, Minas Gerais e Bahia estão adotando o sistema paulista de gestão hospitalar. O modelo foi demonstrado a técnicos do Canadá, considerado um dos melhoras sistemas de saúde do mundo. Recentemente a Câmara Municipal de São Paulo aprovou os modelos de gestão.

O que é OSS

Essa alternativa de gerenciamento hospitalar, adotada pela Secretaria da Saúde em 1998, é a pioneira no País e foi inspirada em modelo europeu. As unidades, construídas pelo governo paulista, mantêm vínculo com o Estado por meio de contrato de gestão de cinco anos, com possibilidade de prorrogação, que estabelece direitos e deveres para ambas as partes.

O Estado fica responsável pela manutenção financeira desses hospitais e controla onde e onde é investido o dinheiro público. Por outro lado, as OSS devem cumprir as metas exigidas em contrato, como atendimento, qualidade e satisfação da população atendida. Nessas organizações também é possível administrar o dinheiro conforme a necessidade de cada setor, negociando o melhor preço que o mercado pode oferecer, sem depender de demoradas licitações.

Paralelamente, o Estado participa de tudo o que é realizado pelas administrações dos hospitais. A Secretaria recebe relatório mensal de cada hospital, especificando todos os gastos, além de indicadores de produção e satisfação da população com o atendimento. Depois, esse relatório é repassado para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), para os representantes do Conselho Estadual de Saúde de cada região e para a Assembléia Legislativa. Atualmente, São Paulo conta com 22 instituições gerenciadas por OSS, sendo 20 hospitais e dois ambulatórios de especialidades.

Da Agência Imprensa Oficial