Saúde: Banco de Olhos do Iamspe apresenta balanço positivo

Sistema de mutirão permitiu que somente nos primeiros quatro meses deste ano fossem realizadas 30 cirurgias de córneas

qui, 10/08/2006 - 8h29 | Do Portal do Governo

O Banco de olhos do Hospital do Servidor Público Estadual registrou 59 cirurgias de transplante de córnea no primeiro semestre. O número representa mais de 50% da lista de pacientes do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Estadual (Iamspe) à espera de transplante e indica melhora significativa no quadro do procedimento em relação aos semestres anteriores, nos quais foram realizados em média 12 transplantes por período.

Segundo a diretora do Serviço de Oftalmologia do hospital, Ana Regina Vlainich, esse resultado foi obtido por causa do aumento da oferta de córneas, que estava em baixa, e ao esforço conjunto dos médicos do setor, Alexandre Manetta, Maria Emília Xavier e Vera Mascaro, além de outros profissionais, que se dispuseram a resolver o problema de acúmulo de pacientes na fila.

O sistema de mutirão permitiu que somente nos primeiros quatro meses deste ano fossem realizadas 30 cirurgias de córneas. “Nós nos empenhamos para evitar que os primeiros da lista de espera passassem para o final, o que acontece depois de seis meses nas posições mais adiantadas”, explica a médica. Informa que o crescimento do número de córneas resultou de um programa estadual para o incentivo de doações. “Nos últimos anos, muitos bancos de olhos haviam sido desativados em virtude dos altos custos para sua manutenção, o que causou a baixa na oferta do tecido”, relata. Além disso, nem todas as doações são aproveitadas. Só são utilizados os tecidos retirados de pessoas que não apresentam risco de transmissão de infecções sangüíneas. Essa verificação é feita por meio de exames de sangue. Após retiradas, as córneas podem ser conservadas por até dez dias.

Bancos de olhos

Os bancos de olhos são entidades sem fins lucrativos que recebem doações, preparam e distribuem córneas para transplante, além de realizarem ensino e pesquisa. O Banco de Olhos do Hospital do Servidor Público é vinculado à Central de Transplantes da Secretaria de Saúde e atende os pacientes de acordo com a fila única, instituída em 1998.

A partir da legislação que criou o Sistema Nacional de Transplantes para coordenar essa atividade no País, ocorreu grande mudança nessa área. Surgiram as Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos em vários Estados. Essas centrais têm o controle da lista de espera e permitem que o paciente acompanhe sua posição na fila de transplante.

O transplante é indicado quando existe a perda da integridade ou ocorre a opacidade central da córnea e curvatura anormal de sua superfície, que não possa ser corrigida por lentes de contato, além de infecção sem tratamento clínico. Nessa cirurgia, apenas a córnea (parte anterior e transparente do olho) é transplantada. As demais podem ser usadas de outras maneiras. A esclera (região branca), por exemplo, é aproveitada em cirurgias de plástica ocular.

A córnea é obtida dos doadores por ocasião da sua morte. A retirada pode ser autorizada pelo próprio doador, em vida, ao fazer constar essa sua intenção na carteira de identidade, ou por seus familiares, no momento do óbito. Qualquer pessoa que tenha a córnea sadia pode ser doadora. Não há limite de idade e o uso de óculos não impede a doação, que não altera a aparência do corpo, não atrasa o sepultamento e não acarreta gastos. Os custos do processo são cobertos pelos bancos de olhos. Mais informações, pelos telefones 0800 171 001 e (11) 5549-2937

Da Agência Imprensa Oficial

J.C.