São Paulo reza por Mário Covas

Ofertório lembrando frutos do trabalho do governador emociona as 5 mil pessoas presentes no Ginásio do Ibirapuera

ter, 13/03/2001 - 23h00 | Do Portal do Governo


Ofertório lembrando frutos do trabalho
do governador emociona as 5 mil pessoas
presentes no Ginásio do Ibirapuera

A emoção tomou conta do Ginásio do Ibirapuera na noite desta terça-feira, dia 13, durante a Missa de 7.º Dia em intenção ao Governador Mário Covas. Cerca de 5.200 pessoas, entre familiares, autoridades, amigos e populares, acompanharam por quase duas horas a missa celebrada pelo cardeal arcebispo metropolitano de São Paulo, Dom Cláudio Hummes, co-celebrada por mais de 80 religiosos, entre eles oito bispos.

Lila Covas foi aplaudida de pé quando entrou no Ginásio, acompanhada dos filhos Renata e Mário Covas Neto, do governador Geraldo Alckmin, da primeira-dama Maria Lúcia Alckmin e demais familiares. Os cânticos foram executados pelo Coral da Terceira Idade do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo, pelo Coral Mariano de Santana e por 130 jovens do Projeto Guri.

Geraldo Alckmin fez a Primeira Leitura da Liturgia da Palavra, e o senador Teotônio Vilela, a Segunda. Em sua homilia, Dom Cláudio Hummes lembrou que Covas ansiava por justiça social e que sempre aplicou sua educação cristã nas atividades políticas. ‘Nas homenagens a Mário Covas, conseguimos resgatar com justiça aquilo que foi o homem público, importante para o País como uma figura para nos espelharmos ou imitarmos.’

Durante a Oração dos Fiéis sete companheiros de Covas fizeram a leitura de frases marcantes do governador. O primeiro foi o médico David Uip, que citou uma das expressões mais conhecidas do governador: “A verdade será sempre minha arma política. Asseguro, sem vacilação, que é possível conciliar política e ética, política e honra, política e mudança”.

Em seguida, João Câmara, presidente do PSDB da Capital, fez a leitura de um outro pronunciamento de Covas: “O Brasil é gente, a bandeira nacional simboliza essas pessoas e não só um território. Tão importante quanto manter um metro de fronteira, é manter uma vida humana, pois só existe soberania quando há uma população em condições de sobreviver com dignidade”.

Os demais pronunciamentos lidos durante a Oração dos Fiéis foram recebidos com emoção pelo público:

“Desenvolver é um verbo que se conjuga com justiça social, porque não podemos nos esquecer que por detrás de um número existe um ser humano”. (Lido por Mandi Juan Manuel, presidente do PSDB de Santos.)

“É melhor um não discutido do que um sim que não se possa cumprir’. (Lido por Francisco de Assis Silva, o líder comunitário Chicão.)

“O Estado deve à criança o acesso à Educação. Aos homens e mulheres em idade adulta, condições de vida compatíveis com o exercício da cidadania. E aos idosos, a possibilidade de envelhecer com dignidade.” (Fernando Pádula, amigo da família.)

“Só no dicionário sucesso vem antes de trabalho”. (Maria de Lurdes Silva, líder comunitária.)

“Um povo muito carinhoso, muito generoso, esse povo de São Paulo. Um povo que sabe o que quer. Tem muito menos do que deveria ter, mas ainda lhe sobra uma enorme parcela no coração para solidarizar-se comigo”. (Maria Gorette Fernandes, voluntária do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo.)

Após a leitura das frases, em um dos momentos mais emocionantes da celebração, no ofertório, representantes de vários segmentos da sociedade levaram ao altar objetos que simbolizavam algumas ações do Governo Covas: Maria Mercedes Costa Thiago e Antonio Manuel Esteves Sardinha, representantes da terceira idade, levaram suas carteiras de passe do idoso; José Afonso da Silva levou um exemplar da Constituição Brasileira; mutirantes Cleuza Ramos e Marcos Zerbini ofereceram tijolos e uma pá de pedreiro; Josefa Marcelina dos Santos e Pedro Jasulat, agentes comunitários de saúde, entregaram um kit de medicamentos do Programa Dose Certa; as crianças Tatiane Aparecida Ferreira e Murilo Muniz entregaram suas mochilas e livros escolares; os bolsistas da Frente de Trabalho, América dos Santos e Vicente de Paula Moreira, ofertaram vassouras e rodos; os assentados José Rainha e Marilu Libino ofereceram enxada e frutos do seu trabalho rural; os artistas Márika Gidali e John Neschling entregaram um livro sobre a Pinacoteca do Estado e outro sobre a Sala São Paulo; Fabiane de Fátima Santana e Renato Ribeiro, portadores de deficiência, ofertaram pão feito no curso de panificação ministrado na Estação Especial Lapa.

As homenagens dos populares se traduziram em inúmeras faixas de exaltação ao governador. Vários movimentos e organizações de bairro – e mesmo admiradores solitários estavam presentes à celebração. Também assistiram à missa os ministros José Serra, da Saúde, e Paulo Renato Souza, da Educação, secretários de Estado, o presidente da Assembléia Legislativa, Vanderlei Macris, o presidente do Tribunal de Justiça, Márcio Martins Bonilha, o governador Albano Franco, de Sergipe, e a prefeita Marta Suplicy, de São Paulo, entre outras autoridades.

O rabino Henry Sobel também homenageou o governador, falando antes do final da celebração. ‘É difícil acreditar que Mário Covas se foi, e que enorme vazio ele deixou. Dizem que ninguém é insubstituível. Não é verdade. Mário Covas é insubstituível, sim.’

Chuva de pétalas

Após a celebração, uma chuva de pétalas de rosa caiu do teto do Ginásio do Ibirapuera em homenagem a Lila Covas. Nesse momento ela transmitiu o cargo de presidente do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo a Maria Lúcia Alckmin. Muito emocionadas, elas choraram ao se abraçarem. A cerimônia terminou ao som da música ‘Amigos para sempre’.

Nesta quarta-feira, dia 14, o governador Geraldo Alckmin participa de missa em intenção ao governador Mário Covas na Catedral de Brasília, às 18h30, com a presença da família Covas.

Takao Miyagui / Simão Molinari