São Paulo não registra novos casos de febre amarela desde maio

Até o momento, são 502 casos autóctones de febre amarela silvestre confirmados no Estado

ter, 16/10/2018 - 17h44 | Do Portal do Governo

 

O Centro de Vigilância Epidemiológica informa que neste ano, desde a segunda semana de maio, não há confirmação de novos casos autóctones de febre amarela em humanos, no Estado.

Até o momento, são 502 casos autóctones de febre amarela silvestre confirmados no Estado e 178 deles evoluíram para óbitos. Do total, 28% das infecções por febre amarela foram contraídas em Mairiporã e 8,9% em Atibaia. Essas duas cidades respondem por 37,2% dos casos de febre amarela silvestre no Estado, e já têm ações de vacinação em curso desde 2017. No ano passado, houve 74 casos e 38 óbitos que tiveram início de sintomas ainda em 2017.

“A vacinação é a principal forma de proteger a população contra a febre amarela. Por isso, é imprescindível que todas as pessoas que moram no local compareçam aos postos de saúde”, completa o secretário Marco Antonio Zago.

A redução no surgimento de novos casos pode estar relacionada às ações de imunização. Somente em 2018, já foram vacinadas contra febre amarela mais de 8 milhões de pessoas. O número ultrapassa a marca da vacinação no decorrer de 2017, quando 7,4 milhões de doses foram aplicadas, e é também superior à vacinação na década anterior – 7 milhões de pessoas foram imunizadas entre 2007 e 2016. Isso sem contar o número de vacinados de 2006 para trás que, com dose única, estão protegidos para a vida toda.

“Nós estamos fazendo o acompanhamento da febre amarela desde o surgimento do primeiro caso, há 20 meses. Nós precisamos atender às pessoas que vivem em regiões onde a doença é uma ameaça”, comenta o infectologista Marcos Boulos, sobre a característica da doença, que não chega e vai embora de um dia para o outro.

Cabe esclarecer que, convencionalmente, 455 cidades tinham recomendação da vacina contra febre amarela e já totalizavam uma cobertura de aproximadamente 80%. Porém, nos últimos dois anos, a pasta veio ampliando e antecipando a vacinação previamente à chegada do vírus a locais antes sem indicação, graças ao monitoramento da circulação do vírus por meio dos corredores ecológicos. Desde junho de 2018, a Secretaria estendeu a imunização para 190 cidades que até então não estavam no mapa de recomendação da vacina – incluindo os 54 municípios das regiões Grande ABC, Vale do Paraíba, Baixada Santista, entre outras, que participaram da campanha realizada em janeiro de 2018.

Neste ano, o SUS passou a disponibilizar  a dose fracionada da vacina, conforme diretriz do Ministério da Saúde. O frasco convencionalmente utilizado na rede pública pode ser subdividido em até cinco partes, sendo aplicado assim 0,1 mL da vacina.

“Estudos em andamento continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período. As pesquisas evidenciam que a vacina fracionada tem eficácia comprovada de pelo menos oito anos”,  explica a diretora Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, Regiane de Paula.

Além disso, está mantido o uso da dose padrão para crianças com idade entre nove meses e dois anos incompletos, pessoas que viajarão para países com exigência da vacina e grávidas residentes em áreas de risco.

“A vacinação é a principal forma de proteger a população contra a febre amarela. Por isso, é imprescindível que todas as pessoas que moram nos locais definidos na campanha e ainda não se imunizaram compareçam aos postos até 16 de março”, alerta a diretora de Imunização da Secretaria, Helena Sato.

Devem consultar o médico sobre a necessidade da vacina os portadores de HIV positivo, pacientes com tratamento quimioterápico concluído, transplantados, hemofílicos ou pessoas com doenças do sangue e de doença falciforme.

Não há indicação de imunização para grávidas, mulheres amamentando crianças com até 6 meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticóides em doses elevadas (como por exemplo Lúpus e Artrite Reumatoide). Em caso de dúvida, é fundamental consultar o médico.