São Paulo garante verbas para concluir nova ponte SP-MS

Convênio para liberação dos recursos será assinado pelo governador José Serra nesta quinta em Brasília

qui, 30/08/2007 - 10h21 | Do Portal do Governo

Uma reivindicação de mais de 40 anos dos moradores do oeste paulista fica mais perto de se tornar realidade. O governador José Serra assina nesta quinta-feira, 30, em Brasília, o convênio que irá garantir a liberação dos R$ 31 milhões necessários à conclusão da ponte sobre o rio Paraná, ligando os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul pelos municípios de Paulicéia (SP) e Brasilândia (MS). A assinatura ocorre em cerimônia no Palácio do Planalto.

“A luta pela nova ponte durou quase meio século e a obra é um marco na região” comemora a Secretária Estadual de Saneamento e Energia, Dilma Seli Pena, que estará presente no evento, assim como o Ministro dos Transportes, Alfredo Pereira do Nascimento e o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli. “A ponte Paulicéia-Brasilândia é fruto de um compromisso assumido há anos, mas estava pendente desde 2001. Agora, no governo Serra, vamos retomar e terminar este projeto fundamental ao trânsito entre os dois estados”, acrescentou a Secretária.

A ponte de pouco mais de 1.700 m de extensão está 70% concluída e a previsão é de que seja inaugurada pelo governador José Serra no segundo semestre de 2008.  Já foram investidos na obra mais de R$ 110 milhões, sendo R$ 69,6 milhões de recursos próprios da CESP (Companhia Energética de São Paulo), R$ 5,28 milhões da Secretaria de Saneamento e Energia e o restante pelo governo federal. Outros R$ 2,9 milhões já foram disponibilizados pelo governo de São Paulo para encerrar o antigo convênio. O novo convênio a ser assinado com o Ministério dos Transportes permitirá o investimento de R$ 24,74 milhões federais, previstos no Programa de Aceleração do Crescimento.

Benefícios

O rol de benefícios que a obra trará é extenso. A nova ponte porá fim à lenta travessia do rio, hoje realizada apenas por balsas. Com ela, o escoamento da produção sul-mato-grossense vai ganhar mais fôlego: esta será a primeira via de acesso da região rumo ao estado de São Paulo – onde se concentram não apenas portos e centros de distribuição, mas também boa parte de seu mercado consumidor.

A integração interestadual e o desenvolvimento da região também serão ampliados, visto que o intercâmbio entre os dois estados será ampliado imediatamente. Mais de 600 mil hectares de terras agriculturáveis, até então subaproveitadas, poderão ser exploradas por industriais, especialmente dos setores sucroalcooleiro e de celulose.

Mas quem ganha mesmo são os motoristas. Quem sai de São Paulo rumo a Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, vai economizar cerca de 100 quilômetroscom a nova ponte. O trajeto vai beneficiar os motoristas que optarem pela rodovia BR-158, próxima à Paulicéia, e a BR-163, nos arredores de Campo Grande.

Tão logo a obra seja concluída, começa a construção dos acessos. “Mas o fundamental é concluir a obra, porque ela poderá utilizada mesmo sem o término dos acessos”, argumenta a Secretária.

“É um sonho que vira realidade”, resume o prefeito de Paulicéia, Ronney Antônio Ferreira. Segundo ele, a distância entre as capitais dos dois estados, encurtada em 100 quilômetros, trará enormes benefícios à economia local. “É a principal vitória de uma luta que remonta ao início dos anos 70. A ponte trará grande crescimento para região”, justifica Ferreira.

Acordo

A ponte sobre o rio Paraná é uma das principais bandeiras de luta da Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista (AMNAP). Tão logo criada, há 30 anos, seus presidentes passaram a cobrar a construção da ligação interestadual. Em 1998, após participar de um fórum regional em Tupã, o governador Mário Covas autorizou o início dos trabalhos.

“A conclusão da obra é muito importante, um marco para a região”, afirma o atual presidente da entidade, o prefeito de Parapuã, Antônio Alves da Silva. Segundo ele, é impossível prever quantos veículos passarão a optar pela nova ligação, afinal os quilômetros economizados no trecho entre as capitais são muito significativos.

A ponte é uma obra para compensar as cidades afetadas pela formação do reservatório da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera). O acordo foi firmado entre a Cesp (Companhia Energética de São Paulo) e a AMNAP no dia 3 de julho de 1998.

A AMNAP é composta por 30 municípios: Adamantina, Dracena, Flora Rica, Flórida Paulista, Inúbia Paulista, Irapuru, Junqueirópolis, Lucélia, Mariápolis, Monte Castelo, Santa Mercedes, São João Do Pau D´Alho, Tupi Paulista, Pracinha, Tupã, Bastos, Queiroz, Iacri, Arco-Iris, Herculândia, Nova Guataporanga, Osvaldo Cruz, Ouro Verde, Pacaembu, Panorama, Parapuã, Paulicéia, Rinópolis, Sagres e Salmourão.

Outro lado

Do outro lado do rio a satisfação é a mesma. “Agora vai, se Deus quiser”, celebra o deputado estadual Akira Otsubo, de Mato Grosso do Sul. Há mais de dez anos ele lidera as negociações pela liberação de recursos para a conclusão da obra.

Dados Técnicos

Comprimento total

1.705 m

Comprimento do vão principal (de navegação) (*)

200 m

Comprimento dos vãos adjacentes (2) ao principal (*)

100 m

Comprimento dos demais vãos (29) (**)

45 m

Largura da Plataforma

15,8 a 17,3 m

Volume total de concreto

29.579 m3

 (*) Estrutura estaiada

(**) Estrutura com vigas protendidas

Manoel Schlindwein