São Paulo ganha exame de medicina nuclear para diagnóstico de câncer no SUS

Tecnologia de última geração permitirá detecção da doença em estágios iniciais, beneficiando mais de sete mil pacientes por ano

ter, 19/10/2010 - 8h15 | Do Portal do Governo

(Atualizado às 11h26)

O governador Alberto Goldman participou nesta terça-feira, 19, da inauguração de um equipamento utilizado num novo exame de medicina nuclear que irá revolucionar o diagnóstico de câncer para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado de São Paulo. Trata-se do PET-CT (tomografia computadorizada por emissão de pósitrons), a mais moderna tecnologia para rastreamento de tumores, agora disponível no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, unidade ligada à Secretaria da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP.

Fruto de um investimento de R$ 4 milhões na aquisição de dois equipamentos, o exame permite a detecção de câncer em estágios iniciais, com mais precisão e exatidão que a tomografia convencional, e irá beneficiar mais de sete mil pacientes por ano.

Duas máquinas foram instaladas no Icesp. A nova tecnologia permite diagnosticar as áreas mais suspeitas de câncer, aliando imagens de medicina nuclear com a tomografia computadorizada. Essa união, conhecida como tecnologia híbrida, permite imagens anatômicas e muito precisas dos tumores.

O PET-CT também permite visualizar o grau de extensão da doença e verificar se o tumor é localizado ou já se espalhou. A partir daí, é possível planejar o tratamento, monitorar o tempo de resposta dos recursos aplicados e fazer um melhor controle da doença.

Para realizar o exame o paciente recebe uma injeção do radiofármaco FDG-18, uma substância radioativa que dá contraste exatamente no local onde existe tumor em crescimento. Isto porque, as células tumorais se alimentam de alguns compostos presentes no radiofármaco, atraindo a substância para si após a aplicação. O procedimento é simples e exige apenas um jejum leve.

Os radiofármacos são fornecidos pelo Centro de Medicina Nuclear do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da FMUSP. O equipamento que produz a substância, chamado de Cíclotron, foi instalado em um bunker de 520 metros quadrados dentro do complexo HC e protegido por paredes de concreto com 1,90 metro de expessura. Foram investidos 15 milhões na construção e aquisição de equipamentos.

Inicialmente o exame de PET-CT será realizado no Icesp para detecção de linfomas e de tumores de mama e de pulmão, sendo expandido gradativamente. Os pacientes do hospital serão os primeiros beneficiados, e a ideia é estender progressivamente o exame para pacientes encaminhados de outras unidades.

“Trata-se de uma verdadeira revolução no diagnóstico do câncer, permitindo no futuro, com a evolução das pesquisas, que a doença seja identificada em estágios moleculares ou sub-celulares. Com este exame os pacientes do SUS terão acesso ao que há de mais moderno para rastreamento de tumores”, afirma o diretor-geral do Icesp, Giovanni Guido Cerri.

Do Instituto do Câncer e da Secretaria da Saúde