Alckmin assina decreto reestruturando
o hospital psiquiátrico de Lins
São Paulo dá o exemplo para o Brasil no tratamento de doentes mentais, introduzindo técnicas de ressocialização e pondo fim a uma estrutura asilar superada, que confinava os portadores de doenças psiquiátricas. Mais um passo nesse sentido está sendo dado pelo governador Geraldo Alckmin, ao assinar decreto que reestrutura o Hospital Clemente Ferreira, de Lins, a 500 quilômetros da Capital. A unidade criada há 50 anos, tratava de doentes portadores de tuberculose. Com o avanço da medicina, a finalidade tornou-se desnecessária e o hospital passou a dar atendimento a pacientes na área de psiquiatria.
A reestruturação determinada em decreto publicado no Diário Oficial deste sábado, dia 5, tem o objetivo de adaptar o hospital para um trabalho psicossocial que já vem sendo desenvolvido, dividindo os núcleos de acordo com o grau de dependência de cada paciente. Esta filosofia de trabalho é definida pela diretora técnica do hospital, Desiré Lacerda de Cerqueira César, que explica ‘Cuidar sim, excluir, jamais’. Desiré encara essas novas técnicas como um desafio e um avanço no tratamento psiquiátrico. ‘Temos aqui uma equipe que trabalha com paixão’, diz. ‘O Governo do Estado de São Paulo está dando um exemplo para o Brasil no tratamento de doentes psiquiátricos, envolvendo duas máximas que são: loucura, com amor se cura, e outra, trancar não é tratar’, avalia Desiré.
O hospital atende 350 pacientes moradores em regime de internação, dos quais 70 leitos destinam-se à crianças e adolescentes entre zero e 18 anos, a maioria com paralisia cerebral, constituindo o grupo de reabilitação neurológica infanto-juvenil. Os demais 280 leitos são para portadores de distúrbios mentais, remanescentes da antiga estrutura, de longa permanência em hospitais psiquiátricos. Para a execução dessa nova filosofia no tratamento de doentes mentais, o hospital conta com uma equipe multiprofissional composta por assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e cirurgiões-dentistas. Conta ainda com um bem equipado setor de reincersão social e reabilitação física e geriátrica, com 150 pacientes dependentes e todos acamados.
A resposta a esse desafio do Governo do Estado de São Paulo é palpável na instituição. Já conta com 40 pacientes moradores em seus lares e outros 40 em enfermarias com tratamento gradativo. ‘Nossos pacientes estão sendo curados em sociedade. São vistos nos supermercados, nos bancos e alguns até já se casaram, depois de se conhecerem aqui dentro’, relata a diretora técnica do hospital, Desiré Lacerda de Cerqueira César.
Alcindo Garcia
