A seleção de 37 bailarinos que comporão a formação inicial da São Paulo Companhia de Dança, criada pelo governo do Estado de São Paulo, foi concluída na última segunda-feira, dia 25 de fevereiro, pela diretora artística, Iracity Cardoso, e pela diretora artística adjunta, Inês Bogéa, na audição final realizada em São Paulo. Completaram o quadro de avaliadores os professores e ensaiadores Ricardo Scheir e Daniela Stazzi, além do coreógrafo argentino Luis Arrieta na audição final.
O número expressivo de 815 inscritos para concorrer as 40 vagas confirma a importância de ações como esta, que ampliam o cenário da dança no país e proporcionam, tanto a bailarinos jovens quanto a maduros, excelentes condições de trabalho.
As audições incluíram provas eliminatórias de técnica clássica e aprendizado de frases coreográficas de diferentes técnicas, além de entrevista com os pré-selecionados para a audição final. As audições de pré-seleção foram realizadas em Belém (13/2), Recife (15/2), Brasília (17/2), Porto Alegre (19/2), Buenos Aires (21/2) e São Paulo (23 e 24/2).
Participaram da etapa final, no dia 25 de fevereiro, 68 candidatos, avaliados em provas de técnica clássica, solo e em duos, além de dança moderna e contemporânea. O processo de seleção, com candidatos provenientes de mais de dez cidades brasileiras (além de três bailarinos argentinos e um cubano), foi árduo. Os participantes estiveram sob os olhares atentos dos examinadores por várias horas em cada dia, e, ao final, foram feitas propostas de contrato a 37 bailarinos.
O repertório da Companhia abrangerá desde coreografias consagradas na história da dança até criações contemporâneas inéditas. Em função disto, cada bailarino deverá ter domínio das técnicas clássica, moderna e contemporânea e será, portanto, incorporado a um processo contínuo de formação integral, reforçando as melhores qualidades que já possui e aperfeiçoando aquelas que demandam aprimoramento.
Ao final do processo, a São Paulo Companhia de Dança propôs contratos de trabalho aos seguintes bailarinos:
· Ammanda Rosa
· Adriana Amorim
· Aline Campos
· Ana Paula Camargo
· Bárbara Guimarães Santiago
· Carolina Rocha Amares
· Cristiane Mata Quintan
· Dulcinéia Barbosa Braz Cavalcante
· Fabiana Ikehara
· Flávia Carlos
· Karen Ribeiro
· Manuela Franco Gattai
· Marcela Zia
· Maria Isabel Irupé Sarmiento Peretti
· Patrícia Brandão
· Paula Penachio
· Priscila Yokoi
· Thaís de Assis da Silva
· Thaís Diana
· Thamiris Monteiro Prata
· Williene Telles Sampaio
· Alexandre Cardoso
· Bruno de Melo Lobo
· Cícero Gomes Ribeiro
· Edinaldo Souza Louzardo
· Fernando Palma
· Lucio Rodrigues Vidal
· Milton Coatti
· Morvan Couto Teixeira
· Pedro Henrique Peixoto Cassiano
· Renê Salazar
· Samuel Medeiros Kavalerski
· Soeren Magnus Niewelt
· Uátila Borges Coutinho
· Victor Hugo Gastão Vila Nova
· Wellington Gomes
· Yoshi Engrácia Suzuki
Companhia de excelência artística
A São Paulo Companhia de Dança faz parte das ações do governo do Estado de São Paulo voltadas para o setor que incluem, ainda, o início da construção de um teatro específico para dança e a liberação de recursos para companhias privadas de dança por meio do Programa de ação Cultural (PAC), do governo do Estado.
Ao fundar uma companhia de dança, a Secretaria da Cultura pretende fomentar a criação, difusão e sustentação dessa arte, unindo tradição e inovação, atenta à diversidade cultural presente no Estado.
Da mesma forma que a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) tornou-se uma referência em matéria de música clássica no cenário nacional, a São Paulo Companhia de Dança pretende influir decisivamente no panorama da dança no Brasil, buscando firmar um padrão e contribuir para o desenvolvimento de experiências similares.
“Criar uma companhia do porte da São Paulo Companhia de Dança, não significa simplesmente juntar bailarinos talentosos. É algo muito mais complexo. É um trabalho diário, de ensaios, de dedicação, de formação da personalidade da Companhia”, afirma Iracity Cardoso, com a experiência de quem atuou em grupos brasileiros e estrangeiros e dirigiu companhias internacionais, como o Balé de Genebra, na Suíça, e o Balé da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. “Há jovens talentosos no Brasil que chegam a uma formação de excelência e não têm como prosseguir suas atividades no país, sendo obrigados a buscar oportunidades no exterior”, afirma. Iracity vê a criação da São Paulo Companhia de Dança como um importante passo para a dança no país. As audições nos estados permitirão que o elenco seja representativo das diversas regiões do país.
Para a diretora-adjunta, Inês Bogéa, a Companhia tem como objetivo ampliar a atuação da dança e abrir o diálogo e o debate com outras áreas culturais. “A dança gera atualmente pouca reflexão de intelectuais que não são da área. A idéia é que a Companhia estimule o debate”, afirma. A atuação da Companhia não se limitará apenas à criação de espetáculos. Vai procurar, também, articular os aspectos pedagógicos e artísticos, com a ampliação do diálogo com a comunidade.
A companhia realizará montagens de excelência artística, tanto pela relevância das obras, quanto pela qualidade técnica dos 40 bailarinos que comporão seu corpo artístico, contratados em audições no país e no exterior. O repertório será abrangente, incluindo obras dos séculos XIX, XX e XXI. As montagens poderão abordar as grandes peças do repertório clássico e moderno, mas abrirão espaço para a criação contemporânea, de coreógrafos nacionais e internacionais. Tradição e renovação se completam num diálogo constante entre o passado e o presente. Com sólida formação em dança clássica, os bailarinos da Companhia também terão domínio das técnicas modernas e contemporâneas, habilitados a participar de montagens inéditas, abertos às novas idéias, atentos ao mundo ao redor.
Um dos objetivos da Companhia é tornar esse repertório acessível ao grande público, por meio de espetáculos, programas educativos e de formação de platéia. O trabalho de criação está intimamente relacionado ao de formação e difusão, com a abertura do trabalho criativo do grupo para escolas e para a população em geral, desde a preparação corporal, passando pelo desenvolvimento e acompanhamento técnicos, até a experimentação e a reflexão do ato artístico.
Para marcar o início de suas atividades, a Companhia fará duas estréias em 2008: um espetáculo artístico e um projeto de caráter artístico-pedagógico. Além das apresentações na capital, a Companhia deverá circular em turnê por algumas cidades do interior do Estado e, futuramente, viajará para outros Estados e para exterior.
Da Secretaria da Cultura
(L.F.)