São Paulo Companhia de Dança participa do Festival de Joinville

Dois clássicos do balé internacional serão apresentados nesta segunda-feira

seg, 20/07/2009 - 19h00 | Do Portal do Governo

A São Paulo Companhia de Dança, vinculada à Secretaria da Cultura, fará uma apresentação nesta segunda-feira, 20, na Noite de Gala do 27º Festival de Dança de Joinville. No espetáculo, os bailarinos vão apresentar duas obras clássicas do balé internacional: Les Noces, de Bronislava Nijinska, e Serenade, de George Balanchine. “A Noite de Gala é o grande momento do Festival onde o público da dança já está efetivamente em Joinville”, destaca o presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz da Silva Filho. 

Segundo Ely Diniz, a curiosidade do público sobre as peças e o trabalho da São Paulo Companhia de Dança é grande. “Estamos recebendo uma companhia jovem que vai apresentar duas obras que 99% dos bailarinos que dançam clássico nunca assistiram”, ressalta. “Para o Festival de Dança, isso é uma grande satisfação”, avalia. Ele ainda enaltece a questão didática das apresentações para os jovens bailarinos. “São duas peças representativas”, completa.

A expectativa da conselheira do festival, Eliana Caminada, não é diferente. “Estou fascinada com a possibilidade de trazer estas duas obras-primas para Joinville”. “Nijinska foi pioneira com Les Noches e Balanchine é atemporal com Serenade. Foi a escolha perfeita”, avalia. Na opinião de Caminada, as peças são ainda mais importantes a partir do momento em que são repertórios desconhecidos de muitos estudantes de balé.

A diretora artística da São Paulo Companhia de Dança, Iracity Cardoso, explica que em Le Noces, de Bronislava Nijinska, a grande estrela é o conjunto. No palco, acontece um casamento tradicional de camponeses russos, quando as famílias do noivo e da noiva acertavam a aliança matrimonial dos filhos. Uma escolha que incomodava as mulheres na época. Le Noces foi a primeira obra da dança cênica apresentada pela visão feminina. “É uma obra que estava à frente de seu tempo, em pleno século 20”, conta a diretora. Na avaliação dela, a peça é difícil, sobretudo musicalmente. “Chega a assustar os bailarinos, no começo, por ser muito precisa”.

Já em Serenade, George Balanchine colocou em cena exercícios que procuravam esclarecer aos jovens bailarinos a distinção entre o bailado em sala de aula e a dança no palco. Iracity conta que Balanchine adaptou a peça ao que ele tinha de material humano na época, “por isso, inicialmente se tem muitas bailarinas e apenas um ou dois bailarinos”. As improvisações de Balanchine trazem ao palco bailarinas que caem e chegam atrasadas aos ensaios – cenas frequentes durante ensaios. “A história das companhias de dança aparece na coreografia”, avalia a diretora artística da São Paulo Companhia de Dança.

Coletividade   

Iracity Cardoso avalia que, em companhias jovens como a São Paulo Companhia de Dança, o conjunto deve se sobrepor ao individual. “Para nós, as duas apresentações em Joinville servem para o grupo desenvolver a sua identidade”, explica. Ela complementa a frase frisando que “temos (no Brasil) muitos talentos, mas, faltam grandes companhias com repertórios diversificados, por isso, vemos tantos bailarinos indo para a exterior”.

Mais espaço  

Para Inês Bogéa, diretora artística adjunta da companhia, o objetivo das apresentações é tornar a dança cênica acessível ao grande público, por meio de apresentações, programas educativos e de formação de platéias. “Temos a missão de pensar a dança em outras áreas, pois a memória da dança no Brasil ainda é muito frágil”. Ela sugere as discussões sobre o tema como uma oportunidade para “ampliar o espaço da dança no Brasil”.

São Paulo Companhia de Dança 

A São Paulo Companhia de Dança, que tem como diretora artística Iracity Cardoso e diretora artística adjunta Inês Bogéa, foi criada em 2008 pelo Governo do Estado por meio da Secretaria da Cultura. Seu repertório abrange desde obras consagradas do repertório clássico até criações contemporâneas.

O objetivo da companhia é tornar a dança cênica acessível ao grande público, por meio de espetáculos, programas educativos e de formação de platéias. Procura, assim, desenvolver projetos e programas de integração entre a dança e outras áreas do conhecimento, criando espaços para debates e discussões, com vistas ao acesso à cultura, à formação dos estudantes e ao aperfeiçoamento dos profissionais da dança.

Para tanto, a companhia atua em três vertentes interligadas: Produção de Espetáculos – como este que acontecerá em Joinville -, Programas Educativos e Programas de Difusão e Memória.