São Paulo atrai turistas do Brasil e do mundo

Mais de um milhão de turistas ao ano vêm atrás de lazer e negócio proporcionados pela infra-estrutura de serviços e transportes

seg, 28/05/2001 - 14h32 | Do Portal do Governo


Mais de um milhão de turistas ao ano vêm atrás de lazer e negócio proporcionados pela infra-estrutura de serviços e transportes

Com o slogan São Paulo – O mundo se encontra aqui, a Secretaria Estadual de Esporte e Turismo vem mostrando aos profissionais do setor como atrair turistas para o Estado. No site www.set.sp.gov.br são encontradas diversas opções como o Turismo Aventura, Cultural, Ecológico, de Negócios, Religioso e Rural. São, por exemplo, 61 estâncias como as dez climáticas (entre elas São Bento do Sapucaí e Santo Antônio do Pinhal), as 13 hidrominerais (como Águas de Lindóia e Serra Negra) e as 23 turísticas (destacando-se Holambra e Barra Bonita), além da beleza das mais de cem praias que compõem os litorais Sul e Norte do Estado.

De cada sete turistas que vêm ao Brasil, um visita São Paulo

São Paulo é considerada a melhor cidade brasileira para realização de negócios, de acordo com pesquisa realizada pela Simonsen Associados. O gasto médio per capita desse turista é de US$ 113 por dia na Capital, quase o dobro da média brasileira, que é de US$ 67. Só a receita estimada pelo turismo internacional no Estado é da ordem de US$ 1,6 bilhão. Do total de turistas estrangeiros, 58% vêm a São Paulo a negócios e eventos, e 34% pelo turismo doméstico.

Para mostrar que em São Paulo não se realizam apenas negócios, a Secretaria de Esportes e Turismo vem realizando workshops regionais, nacionais e internacionais junto às operadoras de turismo e às agências que montam e vendem pacotes de viagens. Já foram realizadas atividades em Recife e Fortaleza. E, no último dia 11, a Secretaria esteve pela segunda vez na Argentina. Depois da primeira visita no ano passado, aumentou em 2% a vinda dos turistas portenhos à metrópole paulista.

‘Nossa proposta é mostrar como São Paulo é maravilhosa. E por que é bom vir para cá’, conta a coordenadora de Turismo do Estado, Sônia Bellardinucci. Participaram da viagem empresários do ramo hoteleiro e operadores de capital. A preferência pelos argentinos é devido ao seu grande fluxo ao País, principalmente no verão.

‘A maioria dos argentinos, quando vêm ao Brasil, chega até Santa Catarina e nós queremos atraí-los até São Paulo. Por isso estamos divulgando o nosso Estado de uma forma diferenciada. Mostrando as diversas opções, como a região de Campos do Jordão, a beleza de nossas praias, com infra-estrutura, hospedagem e alimentação, além de divulgarmos o turismo cultural que São Paulo tem. O povo argentino é muito ligado em museus. Queremos mostrar que o Estado possui um forte apelo em termos de turismo cultural’, diz Sônia.

Descobrindo o investidor

Se enganam aqueles que pensam que o empresariado não pensa em investir em turismo na metrópole. Apesar de São Paulo ser o Estado de onde sai o maior número de turistas do País, uma pesquisa realizada em conjunto entre a Secretaria e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) constatou que existe um grande número de pequenos e médios empresários, na Capital e no Interior, que querem investir nesta área no Estado. Um dos motivos seria a criação de mais empregos. ‘Com esse trabalho ficamos sabendo que de um lado tem a prefeitura disponível a ceder terreno e do outro, o investidor, mas eles não se encontravam. Então a Secretaria e o Sebrae montaram um manual – a Bolsa de Negócios – orientando onde empresários e prefeitos podem atuar juntos’, informa Sônia.

Bolsa de negócios

A cartilha Bolsa de Negócios é uma iniciativa pioneira. Criada há um ano, nela encontram-se os setores e as cidades que desejam firmar parcerias. O cadastro vem sendo feito para obter possíveis financiamentos. Nela encontramos várias iniciativas de empreendimentos. Como em São Sebastião, litoral Norte do Estado, onde a prefeitura está à procura de empresas e investidores do segmento náutico afim de viabilizar a criação de uma escola de vela. À iniciativa privada seria concedida a administração e gerência das atividades educacionais e comerciais.

A prefeitura possui uma área para implantação da Escola de Vela, que tem como objetivo incentivar e suprir a demanda por esportes náuticos no litoral Norte. O projeto abrigaria a área da própria marina, salas de aula, área de exposições, administração e suportes operacionais e administrativos. O investimento total é de R$ 200 mil.

Pista de esqui e de neve

Um grupo de empresários está à procura de parceiros e do município onde possa criar uma pista artificial de esqui na neve. A técnica internacional desenvolvida permite que o parque temático tenha neve de alta qualidade durante todo o ano em ambientes fechados. Servindo de âncora para complexos de turismo, o projeto integra várias oportunidades de receitas, desde a cobrança de ingressos até a venda de equipamentos e exploração de atividades complementares de alimentação e serviços. O valor total do investimento é de R$ 935 mil.

Investimentos

Os principais investimentos previstos para o Estado de São Paulo na área de turismo, de 2001 até 2003, são os seguintes:

Hotéis
157 tipos de diversos portes
Investimento total: cerca de R$ 7 bilhões
Criação de empregos diretos: 28 mil
Criação de empregos indiretos: 72 mil
Custo por posto de trabalho gerado: R$ 75 mil

Parques Temáticos
Cinco
Investimento total: cerca de R$ 655 milhões
Criação de empregos diretos: 11 mil
Criação de empregos indiretos: 22 mil
Custo por posto de trabalho gerado: R$ 19 mil

Centros de Eventos
Sete
Investimento total: cerca de R$ 218 milhões
Criação de empregos diretos: 5.800
Criação de empregos indiretos: 19 mil
Custo por posto de trabalho gerado: R$ 8 mil

Marinas
Cinco
Investimento total: previsão de R$ 51 milhões
Criação de empregos diretos: 1.494
Criação de empregos indiretos: 2.241
Custo por posto de trabalho gerado: R$ 14 mil

O balanço geral de investimentos é de quase R$ 8 bilhões, sendo que o custo por posto de trabalho gerado é de R$ 29 mil. Já os investimentos na Bolsa de Negócios estão estimados em R$ 2,8 bilhões. A previsão de empregos gerados é de 95 mil e o custo por posto de trabalho gerado também chega a R$ 29 mil. Somando-se os investimentos programados mais a Bolsa de Negócios temos R$ 11 bilhões de investimento total.

Turismo com visão empresarial

A coordenadora de Turismo do Estado destaca ainda a mudança da visão dos prefeitos, que vêem hoje o turismo com o olhar empresarial. “Os prefeitos, quando chegam à Secretaria, perguntam como fazer um plano diretor de turismo, que envolve todo o levantamento da rede de esgotos do município, a renda per capita e a atração turística que a cidade vai oferecer. Funciona como se fosse um censo”, explica Sônia.

Assim como São Paulo ganhou fama como a cidade do turismo de negócios, há outras no Interior do Estado que apresentam as mesmas características, como Ribeirão Preto, onde recentemente se realizou o Agrishow. Em São José dos Campos e em São Carlos há eventos voltados para tecnologia; em Americana, a feira de tecidos; em Franca, a de calçados; e assim por diante. A Secretaria de Esportes e Turismo dispõe de um calendário que abrange todos os eventos que acontecem no Estado.

Turismo movimenta US$ 38 bilhões ao ano no Brasil

No Brasil, o turismo movimenta parcela expressiva do Produto Interno Bruto (PIB). “O setor vai deixar de ser encarado, em termos de arrecadação, como uma indústria inviável e só para o futuro”, diz Sônia. Em todo o mundo, a cadeia turística é responsável por quase 230 milhões de postos de trabalho direto e indiretos, havendo a previsão de que sejam criados mais 100 milhões de empregos até 2010, segundo dados da Organização Mundial de Turismo (OMT).

A atividade turística, além de promover a criação de novos e representativos empregos, tem impacto direto e indireto em 52 setores da economia. Movimenta anualmente, na economia brasileira, valores próximos a US$ 38 bilhões anuais e arrecada US$ 7 bilhões em impostos.

No entanto, apesar do inegável potencial nacional e, mais do que isso, da riqueza de recursos existentes, apenas em 1988 o Brasil passou a figurar entre os 30 principais destinos (ocupa a 29º posição) do mundo, com a marca de 4,8 milhões de turistas estrangeiros naquele ano e a quinta posição na América.

A meta da Embratur é de que o Brasil receba em 2003 um volume de 6,5 milhões de turistas estrangeiros. No caso de São Paulo, a meta de crescimento é de 6,5%, chegando a 1.065.000 turistas.

Navios estrangeiros

Devido à modernização da legislação brasileira, que permite a entrada de navios estrangeiros com turistas no país, o município de Ilhabela recebeu, entre os meses de novembro de 2000 e março de 2001, 14 navios vindos dos Estados Unidos, da Europa, da Argentina e do Uruguai. Cada navio aportado em Ilhabela tem capacidade para transportar, em média, dois mil turistas. “A legislação era antiga, da época de D. João VI. Esta mudança incrementou o turismo não só de Ilhabela, como também de Santos, onde os navios também aportam. Esta mudança gera mais emprego e atende uma demanda turística de alto nível”, afirma o coordenador da Embratur-SP, Sérgio Belleza.

Valéria Cintra