São Paulo apóia fim do desmatamento na Amazônia

Adesão foi oficializada pelo governador José Serra nesta sexta-feira, 26

sex, 26/10/2007 - 12h39 | Do Portal do Governo

Atualizada às 14h43

O Governo do Estado formalizou apoio ao “Pacto Nacional pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia Brasileira”, de iniciativa da ONG Greenpeace. A adesão foi oficializada pelo governador José Serra no final da manhã desta sexta-feira, 26. “Venho em nome do governo do Estado de São Paulo me associar a este movimento de defesa da Amazônia. Sei que um elemento fundamental para ela é a vontade política, que é o que tem faltado no Brasil nesta matéria”, disse o governador no Parque Villa Lobos, onde foi aberta hoje a exposição “Aquecimento Global: Apague essa idéia!”, promovida pela ONG.

Serra disse que do ponto de vista econômico, a destruição é de uma irracionalidade total. “Já seria, mesmo que fosse rentável economicamente, mas traz muito pouco para o país em matéria de emprego, divisas e desenvolvimento. Na verdade, é uma minoria do quadro econômico que faz essa exploração predatória. Uma minoria que sabe ser truculenta”, completou o governador.

O governador disse ainda que as florestas não são importantes somente por conta do aquecimento global, mas porque elas são um patrimônio em si. “Elas têm um valor imenso que está sendo destruído. Depois da destruição, a recuperação é muito penosa e jamais será feita nessa escala”, frisou. De acordo com o governador, o “Brasil precisa encontrar um rumo definido, com vontade política, determinado, competente, para proteger o que é um patrimônio da humanidade e nosso que estamos jogando fora”.

Símbolo

O pacto propõe o fim do desmatamento na Amazônia num prazo de sete anos, com o estabelecimento de um regime de metas de redução. Para alcançar o objetivo, serão criadas políticas de valorização econômica da floresta, como o pagamento por serviços ambientais e a otimização do uso agrícola em áreas já desmatadas.

Ao final do evento, o governador pintou na caçamba de um caminhão, nos mesmos moldes da identificação de cadáveres por parte da polícia, o que seriam os restos de uma castanheira. A árvore simbolizaria o desmatamento ilegal em Altamira, no Pará, e seria transportada para São Paulo. O Ibama tinha autorizado a ONG a trazer a árvore queimada, mas ela foi tomada pelos madeireiros da região.

Operação Primavera

Tanto a prefeitura como o Estado estão tomando medidas para proibir o consumo de madeira extraída ilegalmente, com fiscalização de estradas e apreensão em depósitos, disse o governador José Serra ao lado do prefeito da Capital, Gilberto Kassab.

A Operação Primavera, de bloqueio de caminhões transportadores de madeira nativa nas rodovias do Estado, registra números expressivos. De setembro para cá foram 20 pontos de bloqueio, o que resultou na apreensão de 310 metros cúbicos de madeira (144 veículos com madeira nativa foram vistoriados). O total de multas aplicadas chega a R$ 234 mil.

Na quinta-feira, 25, a Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo fez mais uma edição da Operação Depósito, de vistoria de revendedores de madeira. Seis das 16 empresas que foram visitadas pela polícia receberam autos de infração e multas por manterem estoques sem a documentação necessária. Foram apreendidos 210 metros cúbicos de madeira e o valor das multas aplicadas ultrapassa os R$ 300 mil.

“A operaração militar vai ser ampliada”, garantiu o governador. “Estamos ganhando experiência e treinamento”, completou. O Secretário Estadual do Meio Ambiente, Francisco Graziano Neto, disse que a operação será estendida aos municípios de Sorocaba, Campinas e Ribeirão Preto. “Vamos avançar neste projeto. Estamos cercando a entrada de madeira ilegal no Estado de São Paulo”, disse o Secretário.

Serra sugeriu ao Secretário que seja criado um selo verde para as madeireiras. “As que trabalharem direito, teriam direito ao selo, e as outras, que transgridem a lei, não teriam o selo. Isso facilitaria o controle e a fiscalização”, explicou.

Manoel Schlindwein

(I.P.)