Sacola plástica usada pelo comércio gera problema ambiental no Estado

São Paulo promove hoje mutirão de esclarecimento e sugere emprego da embalagem de pano como alternativa para os consumidores

sáb, 08/12/2007 - 11h23 | Do Portal do Governo

Hoje, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA) promove na capital e no interior Estado mutirão de conscientização sobre o problema causado pelo uso de sacolas plásticas. Esta opção de embalagem é comum no comércio e supermercados, porém aumenta o volume do lixo coletado nas cidades e diminui a vida útil dos aterros sanitários.

A SMA estima em 66 milhões o número de sacolas usadas a cada ano no Estado. Traz como resultado a necessidade permanente dos 645 municípios paulistas ampliarem os aterros e deixarem de investir em educação e saúde. Das 12 mil toneladas de lixo geradas diariamente na capital, mil são de plásticos.

Esse produto aumenta em até 20% o volume do lixo, embora sua massa corresponda a apenas 4% dos resíduos. Outros inconvenientes são o fato de a sacola ser impermeável e demorar até 300 anos para se decompor – e emitir gases ao longo desse processo.

Descartada no ambiente, por ser maleável e leve, o saco plástico contribui também para entupir bueiros e facilitar enchentes nas cidades. Nas áreas verdes, rios e mares é comum encontrar animais mortos por asfixia e ingestão das embalagens.

Mutirão ambiental

Hoje, durante a campanha, a secretaria realiza atividades lúdicas e distribui folhetos para conscientizar a população e conter o problema. Na capital, o evento ocorre nas imediações dos shoppings Eldorado, Center Norte, Iguatemi e em frente ao Teatro Municipal, com a participação de grupos teatrais.

No interior, o mutirão está sendo realizado em mais de cem municípios. A atividade de educação ambiental é feita em parceria com as prefeituras, ONGs e escolas. Nos parques e espaços públicos estão sendo ministradas oficinas com temas ligados à reciclagem de materiais – tecido, papel, papelão, vidros e garrafas PET.

A sugestão para o consumidor é levar sua própria sacola de pano para carregar as compras no comércio. Dispensar a embalagem plástica na compra de pequenos itens omo remédio, livro e miudezas. 

Problema mundial

No mundo são consumidos 500 bilhões de sacolas por ano. A utilização da embalagem plástica em larga escala cresceu na segunda metade do século passado e em especial na década de 70, quando substituiu o saco de papel.

Os brasileiros jogam fora, todos os meses, um bilhão de sacolinhas. Em média, são 66 unidades por ano para cada consumidor. Entretanto, o uso do plástico substituiu com vantagem econômica e ambiental outras matérias-primas, como a madeira, por exemplo. Integra, atualmente, grande volume de produtos (móveis, utensílios domésticos, peças de automóveis e equipamentos médicos).

A SMA pretende com o mutirão desestimular o uso irracional. Conter desperdícios, como acondicionar sacos plásticos dentro de outra sacola maior. E incentivar o uso de embalagem reciclável e não poluidora, capaz de oferecer resistência e ser reaproveitada várias vezes.

Iniciativas localizadas

Estados Unidos – A cada ano, o país utiliza cem bilhões de sacolas plásticas. Em San Francisco (Califórnia), foram substituídas pelas de papel reciclado. Outra saída encontrada foi usar goma de milho e de batata como matéria-prima para fabricar a embalagem. 

Bangladesh – Por favorecer entupimentos em redes de drenagem pluvial, a sacola plástica foi proibida. A medida contempla a fabricação, comercialização e uso.

Irlanda – O governo criou imposto específico para inibir o uso. Com a medida obteve redução de 90%. O recurso arrecadado é destinado às ações de proteção ambiental.

Taiwan – Lojas são proibidas de oferecer sacolas grátis para o cliente, fregueses, sob pena de multa.

África do Sul – Governo proibiu o uso e redigiu penas de multa e prisão.

Índia – Para impedir a ingestão e morte de vacas (animal sagrado), alguns Estados proibiram a produção, estoque, uso, venda e distribuição. Há prisão e multa para o infrator.

Da Agência Imprensa Oficial com Secretaria Estadual do Meio Ambiental

(I.P.)